O presente artigo tem por objetivo avaliar a possibilidade de ocorrência de seleção adversa no mercado de seguro agrícola no Brasil. A seleção adversa ocorre quando os seguros são prioritariamente contratados por agentes com maior risco de sinistro. A hipótese é que tal fenômeno poderia ser deflagrado pelo aumento do valor indenizado em sinistros decorrentes de eventos climáticos extremos, que provocaria posteriormente aumento nos prêmios cobrados pelas empresas seguradoras. Os prêmios mais caros fazem com que as carteiras passem a ser compostas prioritariamente por segurados de maior risco, o que aumentaria ainda mais a recorrência de indenizações a sinistros. Para atender ao objetivo proposto, realizaram-se análises de regressão linear entre sinistros ocorridos em um ano e as contratações no ano seguinte, entre o período de 2003 a 2013, para seis Unidades Federativas do Brasil, sendo elas: Mato Grosso do Sul (MS); Minas Gerais (MG); Paraná (PR); Santa Catarina (SC); Rio Grande do Sul (RS); e São Paulo (SP). A significância das regressões lineares dos dados foi estimada por meio de testes estatísticos de aleatorização. Para os Estados de MS, RS e SP foi possível inferir a ocorrência de seleção adversa no período de 2003 a 2013. Os resultados contribuem para a caracterização e identificação do fenômeno de seleção adversa, que pode causar perdas substanciais do mercado de seguro agrícola no Brasil.
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