A pandemia do COVID-19 alterou o sistema de saúde para que houvesse o atendimento prioritário de pacientes suspeitos ou infectados pelo coronavírus, impactando na descontinuação de procedimentos de rastreamento como o exame citopatológico do colo uterino. O estudo teve como objetivo identificar o impacto da pandemia pelo COVID-19 no rastreamento do câncer de colo de útero (CCU) no estado do Pará, Brasil. Trata-se de uma pesquisa descritiva correlacionando dados registrados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Nesse sentido, foi analisado o número de exames citopatológicos do colo uterino feitos de março de 2019 a fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e de março do ano de 2020 até fevereiro de 2021 (pandemia). A partir disso, correlacionou-se o número de exames realizados com o número de casos de COVID-19 registrados no estado do Pará de março de 2020 a fevereiro de 2021, no site de monitoramento da secretaria de saúde pública do estado do Pará. Observou-se que houve uma diminuição significativa na quantidade de exames para rastreamento efetuados durante a pandemia, 45% em relação ao período pré-pandemia, assim como notou-se uma correlação negativa entre a pandemia e a realização do exame de rastreio.  Dessa forma, a pandemia impactou negativamente no rastreamento de CCU, o que pode levar a diagnósticos e tratamentos tardios, necessitando, portanto, da promoção de estratégias para aumentar a cobertura de rastreio de CCU na atenção primária.