Resumo Na construção civil a excessiva exposição ao calor pode causar sobrecarga térmica e danos à saúde do trabalhador. Este estudo apresenta uma análise da exposição ao calor de 64 trabalhadores que desenvolvem atividades sobre lajes de concreto em construção de estruturas de concreto em edifícios. Para tanto, utiliza-se o índice de bulbo úmido termômetro de globo (IBUTG), obtido a partir das temperaturas de bulbo úmido natural, de bulbo seco e de globo, medidas sobre as lajes, e analisado em conjunto com taxas metabólicas estimadas para cada função de trabalho, conforme as normas da International Standardization for Organization (ISO). A avaliação foi feita de acordo com os critérios da legislação brasileira, aplicando-se a Norma Regulamentadora Nº 15 (NR-15), do Ministério do Trabalho. Os resultados demonstram que há necessidade de gerenciamento e adoção de medidas de controle, em especial de pausas para descanso térmico visando ao resfriamento corporal para evitar doenças oriundas do calor. Conclui-se que, como o número de horas de pausa para recuperação térmica é significativo em relação ao número de horas totais de trabalho medidas (39% para atividades pesadas e 20% para atividades moderadas), o regime trabalho/descanso adequado tem potencial para afetar o ritmo de trabalho na construção civil.
A agricultura é um dos setores mais perigosos aos trabalhadores, expostos a riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e sujeitos a acidentes. Devido à importância dos impactos sociais e econômicos dos problemas decorrentes da baixa adoção de medidas de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) na produção agrícola e considerando-se que o segmento cafeeiro emprega quantidade significativa de mão de obra, este estudo identifica os pontos fracos da produção de café em relação às normas brasileiras de SST. Foram analisados 24 indicadores de gestão do agronegócio café relacionados à SST, por meio de 1030 questionários aplicados nas regiões produtoras brasileiras. Os principais pontos fracos são: baixa oferta de seguro de saúde aos colaboradores; baixo índice de planejamento quanto às atividades das empresas, incluindo análise de risco e melhorias no ambiente e condições de trabalho; baixa adoção de Código de Conduta e estímulo à sua aplicação na cadeia produtiva; e baixo índice de registros e protocolos de procedimentos das tecnologias, métodos e processos. São Paulo é o estado com os melhores níveis de adoção dos indicadores de SST; a Bahia apresenta os piores. Empresas com certificação agrícola apresentaram melhores resultados do que as demais. Ainda há muito a que ser melhorado na gestão do negócio do café, com relação à SST, independentemente da região, do tamanho da propriedade ou do número de trabalhadores.
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