RESUMO O objetivo dessa pesquisa é verificar o comportamento histórico e a frequência das divulgações sobre responsabilidade social corporativa das empresas brasileiras que compõem o índice IBrX-50 durante o período de 2000 a 2018. Para tanto, foram analisados os Relatórios da Administração que tais empresas forneceram ao mercado sob a ótica de 31 itens conforme o estudo de Walter e Monsen (1979) sobre a responsabilidade social corporativa, sendo subdivididos em: o meio ambiente, oportunidades iguais, pessoal, envolvimento com a sociedade, produtos, outros, e localização da divulgação. A análise foi realizada com a coleta de dados primários nos relatórios e foram avaliados com base nos itens mencionados anteriormente. A amostra do estudo foi composta de 47 empresas listadas na B3 integrantes do índice IBrX-50. A mensuração do nível de evidenciação se tornou possível com a análise de conteúdo dos relatórios selecionados a luz dos 7 tópicos mencionados, que se subdividem em 31 itens. Ou seja, cada relatório em cada período foi analisado para avaliar a presença (ou ausência) de cada um dos 31 itens do instrumento de coleta de dados, o que permitiu a criação do índice de evidenciação. Em seguida, fez-se o uso da análise de regressão com dados em painel, associando as variáveis ano, setor, tamanho, endividamento, rentabilidade e ISE com a divulgação de RSC. Os resultados mostram que a divulgação de RSC nos Relatórios de Administração, em média foi de 48,5% durante o período de 2000-2008, enquanto, em 2010 houve decréscimo de 3%, e um aumento de 2% em 2012. Esses resultados sugerem, de forma crítica, que elementos já apontados pela literatura na década de 1970 (com base no estudo de Walter e Monsen, 1979), mesmo depois de 40 anos, ainda podem ser aspectos que requerem maior atenção nos relatórios das empresas. Identificou-se ainda que o ano, a rentabilidade, o endividamento e o setor não apresentaram efeito significativo na divulgação sobre responsabilidade social corporativa; por outro lado, as variáveis relativas ao tamanho e ser integrante do ISE apresentaram efeito positivo no disclosure das empresas. Conclui-se que a divulgação de RSC é uma maneira de informar o que as corporações vêm desempenhando quanto aos aspectos sociais e ambientais, bem como, seu interesse na temática pode trazer benefícios para a imagem corporativa e confiança das partes relacionadas. Espera-se que o estudo possua contribuir e instigar as discussões sobre o disclosure de RSC e sua evolução nos últimos 10 anos, e apresentar as relações existentes com variáveis econômicas das entidades.

O objetivo dessa pesquisa foi analisar o comportamento histórico e a frequência das divulgações sobre responsabilidade social corporativa das empresas brasileiras que compõem o índice IBrX-50 durante o período de 2000 a 2018. Para tanto, foram analisados os Relatórios da Administração de uma amostra composta por 47 empresas listadas na B3, integrantes do índice IBrX-50. A mensuração do nível de evidenciação se tornou possível com a análise de conteúdo dos relatórios selecionados a luz de 7 tópicos que se subdividem em 31 itens. Em seguida, fez-se o uso da análise de regressão com dados em painel, associando as variáveis ano, setor, tamanho, endividamento, rentabilidade e ISE com a divulgação de RSC. Os resultados sugerem, de forma crítica, que elementos já apontados pela literatura na década de 1970 (com base no estudo de Walter e Monsen, 1979), mesmo depois de 40 anos, ainda podem ser aspectos que requerem maior atenção nos relatórios das empresas. Identificou-se ainda que o ano, a rentabilidade, o endividamento e o setor não apresentaram efeito significativo na divulgação sobre responsabilidade social corporativa; por outro lado, as variáveis relativas ao tamanho e ser integrante do ISE apresentaram efeito positivo no disclosure das empresas.