A trama de Homens e caranguejos (1967), escrita por Josué de Castro, atravessa a fluída dimensão do tempo, acoplando-a às transformações gestadas nos elementos telúricos da vida textualizada, tal qual manifesta Mikhail Bakhtin sob a categoria do cronotopo. No curso da lama e das rememorações distantes nos espaços e tempos deixados para trás, vincula-se o devir temporal como um dos elementos-chave para sua mediação interpretativa.
Submetido em 30 de maio de 2018.Aceito para publicação em 11 de novembro de 2018.Cadernos do IL, Porto Alegre, n.º 57, novembro. p. 39-50
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A leitura comparada de Un niño entre hombres y cangrejos (1966), edição espanhola do romance Homens e caranguejos (1967), de Josué de Castro (1908-1973), reconhece na tradução as apropriações e transposições do processo tradutório do único romance atribuído ao autor pernambucano. A tradução hispânica, de Maria Isabel Martino e Angel Ruiz Camps, expõe o fluxo de circulação internacional do romance josueniano. Nos anos de 1960, período do chamado boom latino-americano, a difusão da língua hispânica ensejou a reflexão da escolha pelo idioma castelhano como condicionante de apelo à unidade cultural latino-americana. Em face da aproximação entre Un niño entre hombres y cangrejos e Homens e caranguejos, nesse artigo busca-se observar em que medida a tradução atua como uma, dentre outras práticas, de realização da obra original. Ciente do papel intelectual exercido por Josué de Castro, compreende-se a experimentação tradutória de Un niño entre hombres y cangrejos como ato criativo de reescrita, que estimula a sobrevivência interpretativa e leitora do texto (BERMAN, 2013; LEFEVERE, 1992) e a ampliação do espaço recepcional da obra (JAUSS, 1979).
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