A edição genética em seres humanos incita várias reflexões sobre qual deve ser o papel que a ciência deve desempenhar e quais os seus limites de atuação. Frente a essa problemática, esse ensaio teórico objetiva fornecer argumentos sobre as graves implicações éticas que tais práticas podem resultar. Como principal ponto argumentativo, será levado em conta um dos princípios éticos superiores apontado pela Ciência Logosófica: a tolerância. Nesse sentido, considerando esse princípio ético, é argumentado o por que as Ciências Biológicas não devem se ocupar com questões relacionadas a alteração dos genes. Para isso, são apresentados pontos de vista de autores a favor, e então, contrasto com outros fundamentos. A conclusão é a de que, dado os riscos e as incertezas com esses procedimentos, é mais prudente a ciência não se ocupar com essa prática.
A genética se ocupa em estudar como as características dos organismos são transmitidas a seus descendentes, e, genômica, por sua vez, estuda a totalidade da informação genética. Nesse contexto, por serem campos de estudos que envolvem diretamente a biologia dos seres vivos, é fundamental a consideração de sólidos princípios éticos para nortear essas pesquisas. Frente a isso, tendo em conta estudos éticos produzidos na República da África do Sul, cujas condições do país o tornam propício para essas investigações, bem como ensinamentos da Ciência Logosófica, este trabalho tem como objetivo propor o princípio ético de respeito a ser considerado como fator essencial em pesquisas envolvendo genética e genômica, por ser esse um princípio que engloba valores que convidam a uma boa convivência, estimulando a encontrar soluções que confluam para a harmonia, porque busca ajustar as diferenças, as necessidades e os interesses entre os indivíduos.
Ao longo da história da humanidade os seres humanos buscaram meios para melhorar a sua condição de vida, onde em um primeiro momento, os desafios eram os de criarem maneiras para se protegerem dos animais e do clima, depois passaram a produzir ferramentas e utensílios para facilitar seus afazeres diários. Hoje, explora-se desde as menores partículas até os planetas distantes, e as tecnologias da informação e comunicação nos permite compartilhar o conhecimento em nível global. Diante disso, devido às prerrogativas que as novas tecnologias oferecem, é vital a consideração de bons valores éticos para que as pesquisas possam cumprir o seu verdadeiro papel social, pois ela é um meio de expandir o conhecimento, o qual também é utilizado para criar serviços e produtos a fim de atender a alguma necessidade da vida. Uma pesquisa tem o potencial de alterar profundamente a sociedade, e, por isso, ela precisa ser planejada e executada de maneira íntegra e ética, visando o bem-estar dos indivíduos e o progresso da civilização. Dado esse contexto, este trabalho objetiva apresentar uma Estrutura Ética em Pesquisa que possa servir de auxílio aos pesquisadores avaliarem a eticidade do que pretendem investigar, ou para avaliar um trabalho concluído. A Estrutura Ética em Pesquisa foi aplicada em uma pesquisa finalizada onde foi constatado que, embora, no geral, a sua realização tenha ocorrido eticamente, no entanto, ela poderia ter sido submetida a um Comitê de Ética em Pesquisa de modo que ela pudesse ter um respaldo independente sobre a sua eticidade.
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