Para a sétima edição da Revista Humanidades em Diálogo, entrevistamos a professora Luzia Margareth Rago, titular do Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). A decisão da Comissão Editorial em escolher uma pesquisadora que estuda questões de gênero se dá pelo nosso reconhecimento da relevância deste tema. Rago é graduada em História e em Filosofia pela USP, fez seu mestrado e doutorado em História pela UNICAMP. Foi professora visitante do Connecticut College,
Resumo: O objetivo deste artigo é realizar uma análise documental dos tempos sociais presentes em um conto de Edgar Allan Poe, O diabo no campanário, escrito em 1839. A partir da identifcaação de formas de pensar, conceber e representar o tempo neste conto podemos caracterizar uma estrutura temporal complexa na qual se relacionam múltiplas formas de tempo simultaneamente e que elucidam uma nova experiência temporal. Desse modo, enquanto alegoria de um mundo em transformaação, este conto nos permite perquirir uma experiência moderna de tempo na qual ordem, regularidade, coesão social e revoluação estão relacionadas ao relógio mecânico e à mensuraação matemática dos eventos. Quando falamos sobre o tempo, no mais das vezes, somos capazes de conceber um sem número de fguras e funações na organizaação da vida cotidiana. O tempo, enquanto categoria abstrata organizadora de ideias, é fundamental em um pensamento que pretenda formular qualquer análise sobre uma sociedade. Todavia, quando o tempo é concebido ele mesmo como um fenômeno não natural, mas sim como produto socialmente construído, 1Este artigo é uma versão adaptada do trabalho desenvolvido em 2014 na disciplina de "História Social do Tempo" ministrada na Universidade de São Paulo pelo Prof. Dr. João Paulo G. Pimenta. Agradeaço a ele e a meus colegas que leram e comentaram versões anteriores deste texto.
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