Tanto behavioristas radicais quando paternalistas libertários propõem que o conhecimento científico sobre o comportamento humano seja utilizado para modificar práticas culturais. Contudo, a ideia de planejamento cultural de Skinner não obteve o mesmo sucesso que os nudges de Thaler e Sustein alcançaram nos últimos anos. O objetivo desse artigo é realizar uma comparação dessas duas propostas, tendo em vista, principalmente, as concepções epistemológicas a elas subjacentes. Uma das principais diferenças observadas diz respeito ao modo como os autores concebem as relações entre pesquisa básica e aplicação. Esse fator parece ser relevante para explicar os diferentes níveis de impacto social obtidos por cada proposta, mas não são suficientes. É necessário levar em consideração, também, que o modelo de intervenção de Thaler e Sustein conseguem produzir efeitos em grupos maiores e com menor esforço que o requerido pelo tipo de intervenção idealizado por Skinner.
A oposição ao dualismo, ao mentalismo, ao reducionismo e ao referencialismo, bem como a cuidadosa atenção dada ao comportamento, vêm sendo corretamente apontadas como similaridades entre o Behaviorismo Radical de Skinner e a filosofia tardia de Wittgenstein. Com o intuito de contribuir para uma comparação mais completa entre as obras desses autores, este artigo procura evidenciar pontos em torno dos quais eles divergem. Em linhas gerais, algumas das dissimilaridades mais significativas consistem em, contrariamente a Wittgenstein, Skinner alinhar-se à metafilosofia naturalista, dar ênfase à natureza empírica e pragmática do conhecimento, defender a possibilidade de compreensão da normatividade e da racionalidade em termos de regularidades factuais, adotar uma postura eliminativista diante da linguagem comum e empregar o conceito de eventos privados.[The opposition to dualism, mentalism, reductionism and referentialism, as well as the careful attention given to behavior, has been correctly indicated as similarities between Skinner’s Radical Behaviorism and Wittgenstein’s late philosophy. In order to concur to a more complete comparison, this work attempts to highlight points around which these authors diverge. Broadly, some of the most significant dissimilarities are related to the fact that, unlike Wittgenstein, Skinner embraces a naturalist metaphilosophy, emphasizes the empirical and pragmatic nature of knowledge, defends the possibility of understanding normativity and rationality in terms of factual regularities, adopts an eliminativist stance towards common language and makes use of the concept of private events.]
Este trabalho pretende expor uma análise teórica dos conceitos de percepção e solução de problemas. Os estudos analítico-comportamentais nessas áreas, apesar dos avanços das pesquisas empíricas, carecem da elaboração de um quadro conceitual mais satisfatório. São examinadas, principalmente, as análises interpretativas de Skinner e experimentos sobre recombinação de repertórios inspirados nos estudos de Köhler sobre insight. Partindo dessas contribuições, propõem-se interpretações sobre como as diversas interações entre operantes e respondentes podem explicar os fenômenos perceptuais e como estes integram as cadeias de solução de problemas. Por meio do exame de casos como os de figuras ambíguas, cuja percepção tem significativas similaridades com o insight, são aventadas formas de incluir respostas perceptuais em estudos sobre recombinação de repertórios. Com isso, espera-se contribuir para uma compreensão mais refinada e integrada dos fenômenos em questão, o que pode ser útil, entre outras coisas, para a construção de futuros delineamentos experimentais.
Brito (2010) proposes a naturalistic analysis of morality, disagreeing with some authors who postulate an insurmountable is-ought gap. Here, we present his main arguments and advance some criticisms to them. Brito’s strategy consists in grounding the normative notion of ought on volitive notions, like “will” and “want”. In his perspective, to reach the moral level, a will has to be directed to itself and to all other wills. We try to show that this strategy fails, since moral normativity cannot be grounded on subjective phenomena, regardless of the contents of these phenomena. We also show some incoherence in Brito’s ideias about the possibility of is-ought reduction, as he seems to advocate that it is not possible to reduce “ought” to “is” while he also proposes the reduction of oughts to facts about volition.
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