Entre queerpos e discursos: normalização de condutas, homossexualidades e homofobia nas práticas escolares da Educação Física * Between queerpos and speeches: standardization of conducts, homosexualities and homophobia in the practices of School Physical Education Entre queerpos y discursos: normalización de conductas, homosexualidades y homofobia en las prácticas de la Educación Física Escolar Vagner Matias do Prado ** Resumo: Ancorado nos estudos queers, o presente artigo visa a problematizar o processo de padronização de condutas, negação da homossexualidade e construção da homofobia por intermédio de algumas práticas escolares da disciplina de Educação Física. A partir de relatos gerados por entrevistas semiestruturadas, foi possível inferir que, dentre os conteúdos curriculares da área, os esportes são mobilizados para a construção e a manutenção de uma representação de masculinidade que subjuga e hierarquiza outras expressões da existência. Portanto, nesse jogo relacional, estudantes que não se adequam (ou não querem se adequar) aos modelos hegemônicos são alvos de constantes demarcações depreciativas, as quais objetivam estabelecer uma diferença que será "lida" socialmente como "anormalidade". Palavras-chave: Educação Física Escolar. Homossexualidades. Teoria queer.
O estudo discute a percepção que jovens jogadoras de futebol possuem de si mesmas, frente às relações de gênero e sexualidade a partir de pesquisa que envolveu observações de treinos e seis entrevistas semiestruturadas com uma equipe feminina de município do interior paulista. Ao compreender as sexualidades e o gênero como construções sócio-históricas, problematiza-se a prática do futebol e os dispositivos que produzem “modos de ser mulher” a partir de políticas normalizadoras. Conclui-se que regimes normativos de gênero regulam os corpos das jovens atletas frente a um esporte considerado como masculino; gerenciam modos possíveis de estilização corporal das jogadoras; e instituem regras que visam afastá-las de uma possível aproximação com o desejo lesbiano. Tais achados desvelam o futebol como prática social generificada e generificante, produtora de corpos/subjetividades que são gerenciados pelos dispositivos de gênero e sexualidade. Também permitem (re)pensar as relações estabelecidas entre gênero, sexualidade e práticas corporais.
PALAVRAS-CHAVE: Futebol Feminino. Relações de Gênero. Lesbofobia.
Ancorado nos estudos de gênero e teoria queer, o presente trabalho objetiva problematizar como a marcação social da homossexualidade é instituída por intermédio de práticas escolares da Educação Física. Apresentam-se relatos da realização de seis entrevistas semiestruturadas com jovens adultos, que se autorreconheceram como homossexuais, acerca de suas experiências em aulas de educação física. Os resultados permitem problematizar que as sexualidades não heterossexuais são estigmatizadas e inseridas em relações hierárquicas nas quais jovens homossexuais são alvo constante de manifestações de preconceito que negativizam suas expressões desejantes. A compreensão sobre algumas práticas corporais na perspectiva dicotômica do gênero, como as esportivas, reitera o processo de construção cultural das masculinidades e feminilidades, relegando às homossexualidades ao âmbito das “ininteligibilidades” sociais.
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