A participação das mulheres na direção dos sindicatos, incluindo o Sindicato de Trabalhadores Rurais, tem aumentado nos últimos anos. O movimento sindical rural, historicamente masculino, não aceitava mulheres associadas até início dos anos 1980. Hoje, as mulheres vêm ocupando cargos nas direções executivas, o que não significa que os sindicatos tenham mudado suas práticas discriminatórias. Neste texto analiso as relações de gênero e poder que envolvem homens e mulheres dirigentes no oeste do estado de Santa Catarina. Mesmo com a abertura do espaço sindical para as mulheres e a instauração da cota mínima de 30% de participação feminina estabelecida pela CUT, não há muitas mulheres nos cargos de direção. Elas ficam 'escondidas' nos quadros de apoio, ou não participam igualmente, já que o sindicato não evoluiu quanto às suas práticas cotidianas, ainda discriminatórias. É uma batalha constante aliar reivindicações de classe à busca por igualdade de gênero e poder. Às vezes, as mulheres precisam escolher uma das bandeiras.
ResumoO Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) foi criado em 2004 como resultado da união de vários movimentos de mulheres do campo, sejam agriculturas, pescadoras ou extrativistas. Particularmente em Santa Catarina, esse movimento tem uma história de quase três décadas. Nesse período, mudanças políticas e estruturais aconteceram no campo que infl uenciaram suas posturas. Pretendo analisar um ponto específi co dessa trajetória, a introdução do conceito de campesinato no movimento. Como esse conceito é elaborado e justifi cado pelas camponesas? Qual a relação entre campesinato e feminismo no discurso destas mulheres? Essas questões são discutidas levando-se em conta um breve resgate do conceito de campesinato em voga atualmente nas discussões acadêmicas.
Na região Oeste de Santa Catarina, a presença de agricultores familiares garantiu a base produtiva que viabilizou a criação de grandes agroindústrias do setor agroalimentar. Nesse processo, conhecido como “modernização”, grande parcela destes agricultores familiares foi excluída e, para resistir no campo, iniciaram uma reorganização sociopolítica, que resultou na formação de lideranças que organizaram movimentos sociais e sindicais, instituições de assessoria técnica e cooperativas de crédito rural para auxiliar à produção de base familiar e agroecológica. Nesse contexto, foi criada a Cooperativa de Crédito Rural Seara (Crediseara) para viabilizar o acesso a recursos e serviços financeiros e dinamizar novas experiências produtivas e comerciais. A Cooperativa criou o Fórum das Entidades da Agricultura Familiar, que é uma estrutura de governança de estratégias produtivas de agricultores familiares. O objetivo deste artigo é analisar como a Crediseara, ao assumir a condição de agente de desenvolvimento, favorece a promoção de sistemas alimentares territorializados. A pesquisa ocorreu entre 2019 e 2021 e a metodologia utilizada contempla pesquisa documental e de campo, com entrevistas e observação participante. A governança de sistemas agroalimentares empreendida pela Cooperativa e pelo Fórum resulta do percurso histórico dos atores mobilizados, tendo em conta as institucionalidades próprias do território. Está em curso a construção de um sistema de governança que articula organizações sociais, negocia políticas públicas e fomenta o debate com setores urbanos sobre a qualidade da alimentação e o desenvolvimento territorial sustentável.
ResumoO Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), a partir dos anos 2000, tem discutido o conceito de campesinato associado à ideia de produção de alimentos saudáveis. Nesse contexto, ficam evidentes três conceitos-chaves para discutir o atual momento do MMC, que são o de campesinato, o de segurança alimentar e o de soberania alimentar. Embora com significados um pouco diferentes, esses dois últimos conceitos se entrelaçam na medida em que, para um povo, ter a soberania alimentar significa chances bem maiores de garantir a segurança alimentar. Outro ponto de convergência é a agroecologia, como categoria básica para a reprodução dessa condição camponesa.Palavras-chave: Campesinato. Movimento de Mulheres Camponesas. Segurança Alimentar.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.