Os fatos recentes parecem oferecer alguma convicção no sentido da afirmação de que o modelo dos princípios contábeis norte-americanos (USGAAP) segue uma trajetória pouco recomendável a qualquer país, pelo menos, àqueles que se baseiam no mercado de ações como principal fonte de financiamento de capital para suas empresas. A tônica das megacorporações de persuadir os investidores com "fala mansa", se aproveitando de normas contábeis "dóceis", dá sinais de erosão, além de provocar um terremoto no mercado de capitais do mundo todo. Bolsas de Valores, que dependem de capitais externos, como a brasileira, se vêem numa situação delicada porque os investimentos evaporaram. Cabe-nos, nesse momento, analisar o que tem conduzido a contabilidade estadunidense a essa situação pouco ortodoxa, porém previsível, visto que somos afetados diretamente por ela. Que lições nós podemos extrair de tudo isso? Uma reflexão fundamental deve ser considerada, a priori: as pesquisas empíricas, destituídas de uma teoria científica sólida, conduzem a equívocos irreparáveis. E quem suporta as conseqüências de nefastas atitudes experimentalistas é a sociedade. Neste estudo, apresentaremos uma dessas pesquisas empíricas e porque ela é inconsistente e universalmente inaplicável. Só conseguiremos compreender a lógica aplicada às pesquisas empíricas estadunidenses se visualizarmos, de forma crítica, alguns fatos relevantes ocorridos nas duas últimas décadas. Transformações muito importantes estão em ebulição no cenário contábil dos EUA. E compreendê-las, criticamente, pressupõe a percepção a priori do que seja manutenção fisica ou financeira do capital (tema ainda inédito no Brasil). Neste trabalho, vamos nos ater, essencialmente, na análise das idéias em tomo da manutenção fisica do capital, propostas pelos norteamericanos na década de 80, no seio de uma Estrutura Conceitual (David Solomons, 1982 e outros). Após uma breve contextualização histórica, discutiremos as posições empíricas de Robert Sterling (1982), de Carsberg (1982), de Revsine (1982), de Butterworth (1982), contrapostas àquelas teorizadas pelo brasileiro A. Lopes de Sá (1992).
O propósito deste estudo é elaborar uma análise epistemológica da realidade social, sob a ótica contábil, partindo-se da premissa historial de que as alterações ocorridas nos dois últimos séculos – Revolução Industrial em Sociedade pós-Industrial – têm provocado mudanças profundas na forma de manusear o capital, gerando, por conseqüência, um estado de confusão nos sistemas de informação contábil e nos seus reais objetivos científicos.A tendência comprometedora das práticas contábeis empreendidas pelos top business, a partir do resultado contábil marginalista (despesa – receita) pode ser explicada pela história. E dessa explicação é possível derivar os equívocos do discurso de construção de uma nova contabilidade globalizadora. Aderivação desses equívocos permitiunos pensar a teoria da objetividade contábil, como um instrumento de reflexão científico-filosófico, com o propósito de recondução da contabilidade ao seu verdadeiro papel na sociedade pós-industrial. Para tanto, ampliamos foco da análise epistemológico-contábil, geralmente confinado no objeto econômico, para as relações societais desencadeadas entre os indivíduos no seio da realidade social. A partir da análise dessas relações, estabelecemos os três vértices fundamentais da teoria da objetividade, sob os quais deve repousar a epistemologia contábil: a essência (ações inter-ativas); o ambiente (ações construtivas); e a dimensão (ações restritivas)
O propósito deste ensaio teórico é analisar as relações controversas do contador com o capitalista e a sociedade. A análise foi realizada sob quatro aspectos distintos e complementares, tendo por referência a premissa de que a Contabilidade serviu como instrumento para suportar o capitalismo. O primeiro aspecto refere-se às relações do contador com o conceito de verdade, que é uma representação fiel da realidade, enquanto o outro conceito é, para alguns pesquisadores, uma objetividade paradigmática com possibilidades críticas e construtivas; o segundo visa verificar as influências dos economistas no desenvolvimento da Contabilidade do século XX cuja influência clássica e neoclássica tem buscado defini-la como um objeto prático para a economia; terceiro, a inexistência do contador intelectual, por força da instrumentalidade da profissão, tem permitido o recrudescimento da classe em favor do status quo; e quarto, em que medida a educação superior em Contabilidade tem determinado o fortalecimento da instrumentalidade contábil em favor do capitalismo. O método utilizado é o ensaio teórico. A conclusão é que o contador, em larga medida, age sob posições controversas em face das aspirações da sociedade e das expectativas do capitalista. O contador usa a contabilidade como um instrumento de emancipação por meio de uma linguagem representativa dos interesses privados, sem levar em conta o interesse público. Exemplo dessa instrumentalidade são as International Financial Reporting Standards (IFRS) e o domínio da informação contábil pelas agremiações contábeis profissionais.
El objetivo del artículo es llamar la atención sobre el hecho de que los libros contables están en crisis, tanto por sus principios como por su capacidad para expresar la realidad de la sociedad. Algunos factores han contribuido a este fenómeno, como el dominio de las organizaciones profesionales de las academias y de las publicaciones periódicas (revistas) para establecer un entorno “anglocentrista”, cuyas consecuencias han llevado al agotamiento de la investigación de la contabilidad, y además el estigma de la existencia de profesionales contables “no intelectuales”. Los libros perdieron su autonomía científica en el conjunto de los mercados (fundada en la lógica de la teoría del valor económico) que modificó y colonizó su lenguaje. Si los paradigmas establecidos a lo largo del siglo XX no lograron estructurar un lenguaje contable apropiado, entonces es necesario revisarlos en sus raíces. Lo que nos reclama el futuro es rescatar la autenticidad de sus principios y conceptos.
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