Introdução: O polietileno tereftalato (PET) é um polímero sintético composto por monômeros de ácido tereftálico (TPA) e etilenoglicol (EG). Patenteado em 1941, sua durabilidade e outras propriedades físicas favoráveis tornaram o PET um dos componentes mundialmente utilizados para produzir derivados plásticos, porém o acúmulo desses na biosfera tornou-se uma preocupação global. Em 2016, foi descoberta a bactéria Ideonella sakaiensis, capaz de degradar PET e utilizar TPA e EG como sua única fonte de carbono por meio de duas enzimas denominadas PETases e MHETases. Objetivos: Realizar uma revisão de literatura sobre a biodegradação de politereftalato de etileno pela bactéria Ideonella sakaiensis a fim de compreender seu mecanismo enzimático. Material e métodos: Realizou-se uma busca na base de dados BVS de 2016 até 2021, com os descritores “biodegradation”, “Ideonella sakaiensis” e “polyethylene terephthalate”, com total de 20 artigos. Desse total, 7 artigos foram descartados por não corresponderem aos objetivos do estudo. Resultados: Em 2016, a bactéria gram-negativa Ideonella sakaiensis foi descoberta em detritos PET em uma fábrica de reciclagem de garrafas japonesa, e demonstrou crescimento em filmes PET de baixa cristalinidade em temperaturas moderadas, entre 20 e 40°C. Foi observado que I. sakaiensis secreta duas enzimas α/β-hidrolases (PETase e MHETase) para hidrólise extracelular do PET e catabolizar os produtos da hidrólise (TPA e EG) como sua fonte de carbono. Inicialmente, a PETase é secretada no meio extracelular para hidrolizar o PET em monoetil-2-hidroxietiltereftalato (MHET) e EG. O produto MHET é transportado para o espaço periplasmático e degradado pela segunda enzima MHETase em monômeros de TPA e EG. Conclusão: Em resposta ao acúmulo de plásticos na biosfera, I. sakaiensis mostrou adaptação para degradar o PET sintético como fonte de alimento. Como o PET foi patenteado há aproximadamente 80 anos, o sistema enzimático para degradação de PET em I. sakaiensis demonstra a notável velocidade que os microrganismos adaptam-se para explorar novos substratos. Além disso, a biodegradação pela PETase pode fornecer uma abordagem ecológica para a despolimerização e reciclagem de produtos PET, porém, seu desempenho precisará ser aprimorado substancialmente para PET de alta cristalinidade.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.