Resumo Pesquisa qualitativa com abordagem da pesquisa-ação cujo objetivo foi identificar os nós críticos inscritos no processo de trabalho da Atenção Primária à Saúde (APS). Participaram 44 profissionais/gestores da APS de um município do interior de Minas Gerais. A coleta de dados ocorreu de junho a dezembro de 2019, por meio da técnica de observação participante e, posteriormente, de oficinas. Os dados foram analisados a partir da técnica de Análise de Conteúdo de Bardin e sob a perspectiva dos referenciais teóricos de Rudimar Baldissera e Paulo Freire. Na análise, emergiram cinco categorias, que expressaram os nós críticos identificados na observação participante e validados pelos profissionais nas oficinas: ambiência, comunicação, educação permanente, planejamento e identidade profissional. Esta pesquisa sinaliza a importância do diálogo e da reflexão crítica das práticas de saúde como instrumentos de transformação do processo de trabalho em saúde.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) figura como um cenário estratégico para trabalhar com pessoas em sofrimento psíquico, dada a proximidade e o vínculo passíveis de serem estabelecidos com famílias e comunidades. Um desafio importante para a saúde mental na ESF relaciona-se com as situações de adoecimento desencadeadas pela miséria e pelas ocorrências de violência enfrentadas no território, que impactam sobremaneira no processo saúde-doença da comunidade, desdobrando-se em dificuldades afetivas, emocionais e relacionais entre os seus membros. Objetivo: relatar a experiência de oficinas educativas sobre a temática “Saúde Mental” com profissionais que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS) de Viçosa e região, participantes de um Projeto de Educação Permanente (PEP). Trata-se de um relato de experiência inscrita em um projeto de extensão universitária que se propõe trabalhar com Educação Permanente junto a profissionais da APS de Viçosa e municípios adjacentes. Tal experiência se deu no período de maio a julho de 2016, cuja temática saúde mental foi escolhida pelos participantes do PEP, em virtude dos desafios que vivenciam neste campo de atuação. Optou-se pelas oficinas educativas como estratégia metodológica, sendo realizadas três oficinas sobre o tema, perfazendo uma por mês. Num primeiro momento buscou-se entender quais eram as reais demandas trazidas pelos participantes em relação ao assunto. No segundo encontro, em virtude de um diagnóstico feito no primeiro, foi abordada a saúde mental dos próprios profissionais diante do contexto que atuam. No último encontro a atividade foi baseada em uma casuística envolvendo demandas de saúde mental a serem refletidas e respondidas pelos profissionais. Durante as oficinas evidenciou-se um despertar dos profissionais para a necessidade de reflexão e apropriação do tema e do seu próprio estado de saúde mental, partindo do pressuposto de que para prestar o cuidado há que se estar bem consigo mesmo. Foi unânime no grupo que o contexto em que atuam, perpassado por mazelas sociais e relações interpessoais tensionadas com a equipe fragilizam substancialmente a saúde mental dos trabalhadores da saúde. A discussão da casuística revelou que mesmo em regiões distintas os problemas são semelhantes, propiciando um despertar sobre como conduzir possíveis situações, bem como a identificação de como cada núcleo de saber profissional deve se implicar e enfrentar os desafios da saúde mental na APS. O presente relato reitera a importância da educação permanente em saúde para os profissionais que dela participam. Em virtude de trabalhar questões oriundas dos nós críticos relacionados à temática saúde mental vivenciados na prática profissional, as oficinas possibilitaram aos participantes refletirem criticamente sobre si mesmos, bem como sobre suas ações diante dos dilemas cotidianos relacionados ao tema discutido.
A educação em saúde constitui uma importante ferramenta que o enfermeiro e demais profissionais da equipe de saúde se utilizam para atuar na promoção da saúde de indivíduos e coletividades. A prática educativa deve perpassar as ações realizadas neste setor, em especial na Atenção Básica, por estar próxima da população, viabilizar a construção do vinculo, da co-responsabilização e da autonomia para o autocuidado. Além disso, possibilita atuar sobre os determinantes sociais da saúde, se ancorando na identidade cultural do território para intervir sobre as questões de saúde. Relatar atividades educativas realizadas durante o Estágio Supervisionado de Enfermagem em Saúde Coletiva com idosos adscritos a uma unidade de saúde da família de Viçosa. Trata-se de um relato de experiência discente. A mesma ocorreu entre abril e junho de 2016, tendo como estratégia metodológica a oficina educativa, por meio da qual os participantes foram conduzidos a refletir sobre a co-responsabilização no cuidado à saúde. Foram realizadas seis oficinas com os seguintes temas, respectivamente: os conceitos de saúde, a prevenção, o autocuidado, o baú de recordações, o ambiente e a saúde e a colcha de retalhos. Cabe ressaltar que tais idosos já possuíam vínculo anteriormente às ações realizadas, pois participam há cerca de cinco anos da caminhada que acontece na praça do bairro três vezes por semana. As atividades contaram com a participação ativa dos idosos, que tinham como fator potencializador o fato de já se conhecerem. Ao discutir sobre os conceitos de saúde foram evidentes as raízes do modelo biomédico, possibilitando que a oficina trouxesse à tona um novo olhar em relação à importância da prevenção e do autocuidado, desdobrando-se no segundo tema trabalhado. Na construção do báu de recordações cada participante contribuiu com sua experiência no cuidar, emergindo a compreensão de que todos os seres humanos trazem consigo uma bagagem que não pode ser desconsiderada no cuidado de si e do outro. A ligação direta do ambiente com o processo saúde/doença foi debatida ao ser construída pelo grupo a história do bairro, refletindo as melhorias na saúde e os desafios enfrentados com relação ao ambiente em que vivem. De forma dinâmica, a colcha de retalhos apresentou ao grupo a diversidade de fatores que compõem o processo saúde-doença-cuidado, reafirmando a co-responsabilização para a promoção da saúde e do bem-estar individual e da comunidade. Evidencia-se a importância da graduação em saúde oportunizar a vivência de práticas que qualificam o discente para atuar como educador em saúde no SUS. Considerando a mudança do perfil demográfico da população, a experiência ora relatada reitera a necessidade de ampliar práticas de promoção da saúde junto às pessoas idosas, considerando ser este um público expressivo no cotidiano dos serviços de saúde.
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