Este artigo objetiva refletir sobre uma aproximação entre a Economia Social e Solidária (ESS) e o Empoderamento Feminino como possibilidade para as mulheres participantes desse movimento conseguir aumentar e solidificar seu espaço no movimento e, consequentemente, na sociedade. Para isso, traz uma reflexão sobre a ESS com suas singularidades, seus modelos de gestão com lógicas próprias, que se preocupa em valorizar o social dentro da atividade econômica. A ideia de empoderamento feminino, por meio das dimensões sociais, políticas e psicológicas, pode ser entendida como um instrumento na transformação do papel da mulher dentro da ESS. O movimento da ESS e o empoderamento feminino se aproximam de forma mais nítida com princípios claros de equidade, que poderão auxiliar no empoderamento das mulheres do movimento. A aproximação, portanto, busca conjecturar sobre uma possibilidade de oferecer às mulheres dos empreendimentos uma perspectiva mais coerente com as propostas da ESS.
O presente artigo tem como objetivo propor uma reflexão a respeito da imprescindibilidade de se reconfigurar o entendimento a cerca do paradigma hegemônico, unidimensional, centrado no mercado. Para isso, reflete-se sobre a premência de se romper com os binarismos e as linhas divisórias da sociedade atual e deste modo, aproxima-se com a economia feminista e a economia social solidária por ambas entenderem a necessidade de se incorporar as atividades não mercantis e não monetárias a esse contexto. Especificamente, ambas trazem um destaque necessário para o papel das mulheres nessa reconfiguração paradigmática e, por conseguinte, a eliminação do viés androcêntrico atual.
O propósito desse artigo é mostrar, a partir da teoria da delimitação de sistemas sociais (TDSS) e do paradigma paraeconômico, uma articulação entre as noções de isonomia e fenonomia com as possibilidades apresentadas pela economia social e solidária (ESS), ressaltando nessa articulação as possibilidades de empoderamento das mulheres. Sustenta-se a ideia de que mulheres, na construção de sua história de empoderamento, têm uma trajetória fenonômica que se consolida nos espaços isonômicos. A trajetória fenonômica pode ser entendida como emancipação do indivíduo no sentido de romper com a síndrome comportamentalista, num movimento que se aproxima do enclave fenonômico. Além disso, os movimentos sociais, especificamente nesse caso a ESS, podem ser percebidos como espaços que privilegiam o coletivo, sem que se perca a individualidade, ou seja, com características isonômicas em confluência com as trajetórias fenonômicas, espaços que catalisam o processo de empoderamento feminino.
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