A escrita e o processo de criação em Literatura têm sido objeto de investigação em diferentes campos do conhecimento, entre os quais destacam-se a crítica literária e os saberes psi, como a Psicanálise, a Psicologia cognitiva e a Psiquiatria. Nesses campos, abordagens de cunho biográfico e psicologizante foram, por vezes, predominantes. O objetivo deste artigo é analisar as críticas a tais abordagens e buscar alternativas à relação causal entre autor e obra. Com base em Barthes, Foucault e Chartier, procuramos evidenciar que a autoria não é natural, mas surgiu no século XVII, repercutindo nas análises literárias. A partir de Blanchot e Dewey, argumentamos que o escritor se deixa guiar pelo que percebe: é escritor e leitor, simultaneamente. Com Varela, Thompson e Rosch, concluímos que a obra e o autor são efeitos de um mecanismo de coemergência, sendo engendrados de um mesmo processo de criação literária.
Este artigo objetiva realizar uma aproximação entre os estudos de Francisco Varela – desenvolvidos no campo das ciências da cognição – e a psicologia clínica. Para tanto, fazemos um breve histórico das ciências da cognição, buscando esclarecer sua heterogeneidade. Com isso, procuramos diferenciar o cognitivismo e seu desdobramento na clínica (as Terapias Cognitivo Comportamentais) da abordagem proposta por Varela e as possíveis ressonâncias na clínica psicológica orientada pelos estudos de produção de subjetividade. Toma-se como base as ideias desenvolvidas por Varela em parceria com Humberto Maturana e aquelas elaboradas na abordagem enativa, tais como as noções de autopoiese, acoplamento estrutural, aprendizagem incorporada e breakdown. Busca-se aproximar tais noções dos conceitos de produção de subjetividade, agenciamentos, territorialização e desterritorialização, de Gilles Deleuze e Félix Guattari. O texto dá continuidade a uma discussão desenvolvida por Suely Rolni, Eduardo Passos e Regina Benevides de Barros, Virginia Kastrup, Jerusa Rocha e o próprio Guattari.
In the present article we seek to investigate two conceptions of language: the formalista and the pragmatic, in a few of its approaches. From this contrast, we will aim to indicate some consequences of these conceptions to the way we understand literature and its link to the production of subjectivity. Thus, in a first moment, we will attempt to explain Saussure´s view of language and it´s consequences to the way we understand the relationship between author and work of art. Next, we will turn to Austin´s pragmatics, seeking to constrast it with the Saussurian theory. Finally, we will see the pragmatics of Deleuze and Guattari, as well as their implications in the way we comprehend the process of literary writing and its effects over the production of subjectivity. In this way, we seek to indicate that the writing process itself is creative, engendering the production of language, the world and the writer’s own subjectivity simultaneously.
O objetivo do artigo é analisar as dificuldades enfrentadas por estudantes universitários com a escrita acadêmica, bem como possibilidades de seu exercício em ecossistemas baseados na atenção conjunta, com características de reciprocidade, sintonia afetiva e invenção. A pesquisa de campo utiliza o método da cartografia e foi realizadanuma oficina de escritaque ocorreu durante a pandemia de Covid-19, em formato remoto, com três estudantes de graduação. O estudo analisa a oficina como prática de cuidado e de atenção a si e ao outro, sugerindo que a atenção conjunta é uma arte a ser cultivada. Conclui que o trabalho em oficina, mesmo no formato online, favorece processos de atenção conjunta e indica que, para o enfrentamento dos problemas de escrita dos estudantes, a universidade deve experimentar estratégias de ensino e aprendizagem para além da aula baseada na transmissão unilateral de informação, bem como ecossistemas atencionais mais atenciosos.
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