O objetivo deste artigo é analisar o perfil socioeconômico dos pobres do Nordeste e de suas mesorregiões, utilizando os microdados do Censo no período de 1980 a 2010. Primeiramente, os pobres foram classificados pela abordagem monetária com base na linha de pobreza do Programa Bolsa Família (R$140,00). Posteriormente, aspectos além da renda foram analisados, tendo como foco indicadores de privação dos pobres nas dimensões: educação, infraestrutura do domicílio e posse de bens. Houve melhorias importantes ao longo do período e uma menor distância entre os indicadores de pobres e não pobres. O saneamento, educação dos adultos e mesmo a posse de bens básicos como geladeira se encontram em um patamar de privação bastante insatisfatório. Há maiores privações para os pobres da área rural e existência de heterogeneidade entre as mesorregiões. Políticas públicas precisam levar em consideração que os pobres classificados monetariamente possuem diferentes condições socioeconômicas de acesso a bens e serviços básicos, com precariedade, principalmente, no meio rural e em mesorregiões específicas.
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