We evaluated the differences in the diet and trophic guild of Metynnis lippincottianus under the influence of cage fish farms in the Neotropical reservoir. We collected samples from two areas (cage farm and control) in March and June 2019. Stomach contents were examined, and food items were identified and quantified using the volumetric method. Differences in diet composition were evaluated using PERMANOVA and SIMPER analyses, while trophic niche breadth was determined using PERMDISP. The trophic guild for each area was also determined. Significant differences in diet between cage farm and control areas were observed, due to consumption of pelleted feed, microcrustaceans, Egeria sp., and filamentous algae. In both sampling areas, M. lippincottianus was classified as algivorous. Despite the pelleted feed consumption in the cage farm area, no differences were observed in trophic niche breadth and the trophic guild. In addition, algae and macrophytes still accounted for the majority of this species' diet in both areas, indicating partitioning of resources. This resource partitioning may favor coexistence, but it is worth mentioning that pelleted feed consumption still indicates the influence of cage fish farms on the diet of wild fish.

Introdução: O sistema de pisciculturas em tanques-rede é um modelo de cultivo intensivo que apresenta um significativo crescimento no Brasil, beneficiado pela grande capacidade hídrica nacional. No entanto, a produção de peixes neste sistema apresenta aspectos que podem ser danosos ao meio aquático circundante, em especial à comunidade de peixes nativos. Objetivo: Avaliar os aspectos alimentares de Triportheus nematurus em áreas sem influência (CT) e sob influência de pisciculturas em tanques-rede (TR). Materiais e Métodos: Os peixes foram coletados em março e junho de 2019, com auxílio de redes de espera (Licença SISBio nº 64763-2, Autorização CEUA nº 006/2019; Cadastro SisGen A908D5F) no reservatório de Ilha Solteira, SP. O conteúdo estomacal de 57 indivíduos (41-CT e 16-TR) foi analisado, por meio do método volumétrico. Resultados: No geral, foram identificados 12 itens alimentares, dos quais Cladocera (36,91%) e Copepoda (30,11%) foram os principais na área controle e insetos terrestres (41,75%) e fragmentos de peixes (20,70%) na área tanque. Houve diferença significativa na dieta entre as áreas avaliadas (PERMANOVA, p=0,001), relacionadas aos fatores analisados (composição da dieta) (PERMDISP, p=0,211) e não a dispersão ou heterogeneidade das amostras. Copepoda (29,24%), insetos terrestres (24,75%) e Cladocera (13,94%) foram os itens que mais contribuíram para essa diferença (SIMPER). Conclusão: Não foram observadas influências diretas das pisciculturas na dieta da espécie, com o consumo de ração, por exemplo. No entanto, observou-se o consumo de fragmentos de peixes apenas na área tanque, o que pode indicar influência indireta da piscicultura devido à maior abundância de peixes no entorno dos tanques de cultivo, atraídos pela matéria orgânica disponível. Por fim, os resultados aqui apresentados podem contribuir com informações adicionais sobre as influências desse modelo de cultivo, auxiliando no desenvolvimento sustentável e econômico das pisciculturas em tanques-rede.