A significância prognóstica de macrófagos associados ao tumor em câncer de cabeça e pescoço: uma revisão sistemática
RESUMOO carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço (CECP), é a neoplasia mais comum que afeta essa região do corpo humano e se desenvolve a partir do epitélio da mucosa na cavidade oral, laringe e faringe. É amplamente discutida progressão do CECP invasivo; porém, defende-se que ele siga eventos ordenados, iniciando com células epiteliais em diferentes graus de displasia, seguido de carcinoma in situ e por fim, carcinoma invasivo. Todos os tipos de CECP são altamente infiltrados por células imunes, porém o agente etiológico e a anatomia influenciam na extensão e na composição do infiltrado dessas células. Os monócitos são células circulantes na corrente sanguínea que apresentam características migratórias para tecidos, onde se diferenciam em macrófagos que são células hematopoiéticas com característica fagocitária. No microambiente tumoral, monócitos circulantes são recrutados perante o sinal de fatores secretados por células tumorais, onde se diferenciam em macrófagos associados ao tumor (MAT) que atuam na progressão tumoral e metástase. Em câncer de cabeça e pescoço, os MATs desempenham papel importante no crescimento, angiogênse e metástase tumoral. Os MATs possuem os fenótipos M1 e M2, e a polarização pode ser avaliada através da expressão de proteínas CD68, CD163, entre outras. Diante disso, foi realizado um estudo com metodologia de revisão sistemática, seguindo os parâmetros do protocolo PRISMA com o objetivo de avaliar a eficiência dos biomarcadores imuno-histoquímicos de macrófagos associados ao tumor, de ambos fenótipos (M1 e M2). Assim foram selecionados 8 artigos de bases de dados relevantes (5 PubMed, 2 Web of Science e 1 MEDLINE) apresentando correlação com efeito de promoção tumoral de câncer de cabeço e pescoço, marcadores com análises de prognóstico ruim, progressão tumoral e baixa sobrevida. Por fim, foi possível constatar após a análise dos artigos que os marcadores de macrófagos com fenótipo M2 (principalmente CD163+) foram fortemente expressos em estromas tumorais relacionando essa ocorrência com prognóstico ruim, pois evidencia que esses macrófagos com características defacilitar a tumorigênese e invasão de células tumorais, bem como com capacidade de promoverem metástase, são componentes celulares primários no estroma tumoral de CECP.