Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) Resumo: Neste artigo procuramos identificar um fenômeno discursivo emergente na cidade de São Paulo: o cicloativismo, que passa de um emaranhado de vozes desconexas a uma "fala articulada" no campo de embates sobre os sentidos da mobilidade urbana. O cicloativista constitui-se em uma nova posição de sujeito na medida em que abre um antagonismo ao discurso estabilizado em torno da hegemonia do transporte individual motorizado. O artigo se desdobra em quatro partes: a) uma descrição da cidade voltada ao automóvel como horizonte semanticamente normal; b) a categorização da política como processo de articulação de "falas", nos termos de Rancière; c) a análise discursiva de peças comunicacionais veiculadas em websites especializados em ciclomobilidade; d) considerações sobre um processo de reabsorção parcial da atividade ciclística nas cadeias de equivalência simbólica do liberal-capitalismo.Palavras-chave: cicloativismo; posições de sujeito; hegemonia; análise discursiva.Abstract: The cycling subject on the bicicle: considerations on the bike-ativism discourse in the São Paulo of cars -In this paper we intend to identify an emergent discursive phenomenon in the city of São Paulo: the bike activism. It rises from a medley of disconnected voices towards an "articulated speech", in the discursive field about the meanings of the urban mobility. The bike activism constitutes a new subject position insofar as it defies, as an antagonism, the stabilized discourse related to the hegemony of the individual motorized transportation. The paper is divided into four sections: a) a description of the automobile city as a semantically normalized horizon; b) the conceptualization of politics as an articulation of speech, in Rancière terms; c) the discursive analysis of texts published in bike-mobility specialized websites; d) considerations about the partial re-absorption of the cycling into the symbolical equivalence chains of liberal-capitalism.
Neste artigo analisamos 86 textos sobre a covid-19 revisados por um website especializado em fakenews. Verificamos suas tematizações e figurativizações, em busca dos circuitos de afetos engendrados pelas postagens, com base em autores da teoria comunicacional da circulação e da semiótica tensiva. Concluímos que tal circulação instaura o rompimento do contrato fiduciário simulacral oferecido pelos tradicionais actantes das democracias liberais, num trajeto que vai da frustração à agressividade.
As tensões entre o discurso liberal-capitalista e os discursos antagonistas do ambientalismo revestem-se de um especial interesse no Brasil. Este artigo apresenta um estudo dos regimes de convocação das reportagens sobre meio ambiente publicadas em 2010 nas duas revistas brasileiras mais influentes de economia e negócios, cujos contratos de comunicação propõem a modalização de executivos e empresas em direção ao sucesso econômico. Seu objetivo é analisar como os enunciadores tematizam os antagonismos ambientais conservando seu contrato geral de comunicação sob o paradigma liberal. Para isso, o enunciador constitui um regime de mesmidade/alteridade, sendo que a mesmidade é construída nos termos da corrente reformista do ambientalismo, enquanto a ecologia profunda e a ecologia radical são apresentadas como alteridades. Os pontos nodais que suturam as cadeias de equivalência do campo discursivo do ambientalismo, nos termos da mesmidade ambiental reformista, ou “sustentabilidade”, são a tecnologia e a gestão eficiente, que restituem o enunciatário ao contrato de comunicação original.
Este trabalho apresenta um estudo analítico dos componentes melódicos e harmônicos de Notas Irresponsáveis (1986/87) para trio de flautas transversais de Bruno Kiefer (1923–1987). Utilizamos o livro Introduction to Post-Tonal Theory de Joseph N. Straus (2005) como referencial teórico com o objetivo de nos embasar na Teoria Pós-Tonal. Delimitamos os conjuntos melódicos e harmônicos de Notas Irresponsáveis tendo como critério parâmetros motívicos e texturais presentes na obra. Uma vez identificados os agrupamentos sonoros e analisados conforme com a Teoria Pós-Tonal, buscamos categorizá-los de acordo com suas ocorrências em cada uma das seções da composição. Entre os conjuntos mais recorrentes observamos a presença de formações octatônicas, cromáticas e pseudo-cromáticas além de agrupamentos com características diatônicas. Através dos resultados de nossas análises, procuramos entender quais são os elementos melódicos e harmônicos característicos do compositor, bem como encontrar traços em comum entre a peça escolhida para este artigo e o repertório investigado por Gerling (2001) e Mayer (2005), autores que estudaram a obra de Kiefer sob a ótica Pós-Tonal. Verificamos que, assim como em nossa literatura de apoio, os componentes octatônicos, agrupamentos em terças menores e trítonos surgem como elementos preferenciais do compositor em Notas Irresponsáveis. Observamos que, assim como demonstrado nos estudos de Mayer (2005), a terça menor se apresenta como componente de autocitação no trio de flautas de Kiefer.
Reagregando o social:uma introdução à teoria do ator-rede.Salvador: EDUFBA-Edusc, 400 p., 2012.Resumo: Esta resenha apresenta o livro Reagregando o social: uma introdução à teoria do ator-rede, última obra do filósofo francês Bruno Latour publicada no Brasil. Nele, o autor se propõe a elaborar uma suma da crítica que faz aos conceitos usualmente aceitos de "social", o que vem desenvolvendo ao longo dos últimos anos de produção intelectual. Neste processo ele criou a "Teoria-ator-rede", que busca reestabelecer teoricamente as relações entre o que chama de mediadores "humanos" e "não-humanos". Palavras-chave:Teoria ator-rede, sociologia das associações, mediadores, intermediários, Bruno Latour.Abstract: This review presents the book Reassembling the social: an introduction to the actor-network--theory, the most recent work of the French philosopher Bruno Latour published in Brazil. In this book the author proposes to create a resume of his critics to the usually applied concepts of "social", which he is being developing during the last years of his intellectual production. In this process he creates the "Actor-network-theory", that aims to rebuild theoretically the relations between what he calls "humans" and "non-humans" mediators.
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