O mundo enfrenta atualmente a pandemia de COVID-19 (Corona Virus Disease, Doença do Coronavírus). Como até o momento não há vacina disponível, estudos recentes apontam estratégias não farmacêuticas como as mais eficazes para a evitação de novos contágios, como o isolamento social. Diante disso, é necessário compreender os procedimentos culturais/comportamentais e as variáveis envolvidas na promoção do isolamento social para controlar a COVID-19. Assim sendo, são objetivos deste artigo: a) descrever metacontingências e macrocontingências envolvidas nas estratégias adotadas para promoção do isolamento social e b) discutir tais medidas como possíveis estratégias de planejamento cultural. Para tal, consultamos estratégias de combate à pandemia adotadas pelo Governo do Estado de São Paulo. Foram encontradas ações governamentais que podem ser descritas como metacontingências com objetivo de promover macrocomportamentos e entrelaçamentos de contingências que aumentem o Índice de Isolamento Social. Tal índice, por sua vez, afetaria a taxa de contágios por COVID-19. Discutimos os impactos das estratégias de combate à pandemia à luz do planejamento cultural. Esperamos que as discussões abordadas no presente trabalho possam auxiliar no planejamento de estratégias para promoção de isolamento social e da consequente sobrevivência das culturas.Palavras-chave: COVID-19; Isolamento Social; Metacontingência; Macrocontingência; Planejamento Cultural.
Neste manifesto defendemos que é dever essencial de cada profissional analista do comportamento e cientista comportamental contextual a elaboração de análises e intervenções que sejam comprometidas com a realidade material e sócio-político-cultural nas quais seus clientes estão inseridos. Embasamos essa defesa no argumento de que considerar o comportamento individual descolado do contexto cultural pode incorrer em análises que invisibilizam certas práticas opressivas e que abrem margem para a perpetuação de violências estruturais e iatrogenia clínica. Neste sentido, afirmamos que, apesar das diversas as iniciativas no cenário nacional e internacional que compreendem a importância de estudos das variáveis culturais no contexto em que terapeuta e cliente se encontram, ainda existe uma lacuna na sistematização da conceituação de casos clínicos, e na operacionalização da inclusão dessas variáveis culturais na análise funcional de cada caso. Portanto, propomos aqui dar início a uma colaboração ampla para desenvolver metodologias de análises e intervenções que incorporem e sistematizem aspectos comportamentais e culturais para uma prática clínica socialmente comprometida. Em seguida, elencamos sugestões de diretrizes gerais paraa pesquisa, a formação profissional e a prática clínica socialmente comprometida no campo da atuação profissional, produção científica e treinamento.
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