A virtude cívica representa uma peça de fundamental importância na engrenagem política republicana e pode desempenhar uma função decisiva na manutenção da república. Mas, como a virtude cívica se apresenta no republicanismo de Rousseau? Como tornar os cidadãos virtuosos e de que maneira cidadãos dotados dessa aptidão ou disposição podem contribuir para a preservação da república em longo prazo? Tais questões servirão de fio condutor para analisarmos a noção de virtude no arcabouço teórico rousseauísta. Para tanto, nossa análise será dividida em três momentos: primeiro, examinaremos como o conceito de virtude se inscreve no pensamento de Rousseau; segundo, avaliaremos o meio ou meios possíveis para se formar cidadãos virtuosos; terceiro, perscrutaremos como a virtude cívica pode contribuir para a manutenção da república.
Resumo: O tema das associações parciais ou facções encontra-se diretamente ligado à noção de vontade geral e se constitui em um importante objeto de análise no pensamento político de Rousseau. Sob a pena do filósofo genebrino, as facções são compreendidas de maneira negativa e reconhecidas como uma das causas da corrupção política na república. Buscando analisar porque Rousseau considera às facções nocivas e que tais associações parciais podem contribuir para o surgimento da corrupção política na república, o presente artigo se desdobrará em quatro partes: na primeira, analisar-se-ão as razões pelas quais as facções se configuram em uma ameaça direta à prevalência da vontade geral; na segunda, perscrutar-se-á se as facções podem destruir de forma definitiva a vontade geral; na terceira, examinar-se-á algumas interpretações e principais polêmicas que gravitam em torno do problema das facções, e, por fim, discutir-se-á, visando estabelecer uma reflexão conclusiva, o porquê de as facções poderem engendrar a corrupção política. Palavras-chave:Facções. Vontade geral. Corrupção política. República. Abstract:The subject of partial associations or factions is directly linked to the concept of general will and constitutes an important object of analysis in the political thought of Rousseau. In the Genevan philosopher's writings, factions are understood as negative, and recognized as one of the causes of political corruption in the republic. Seeking to analyze why Rousseau considers factions harmful and that such partial associations can contribute to the emergence of political corruption in the republic, this article will unfold into four parts: the first will analyze be the reasons why factions are a direct threat to the prevalence of the general will; the second examine whether factions can permanently destroy the general will; the third will examine some interpretations and main controversies that revolve around the problem of factions, and, finally, we will discuss, aiming to establish a conclusive reflection as to why factions can engender political corruption. As facções e a vontade geralO exame do problema das associações parciais ou facções na doutrina política de Rousseau aparece primeiramente na Economia Política, no Segundo Discurso e no Manuscrito de Genebra nos momentos em que o pensador genebrino se esforça em delinear o conceito de "vontade geral", fixando o bem comum como objeto a ser
Embora Montesquieu seja conhecido, acima de tudo, por sua célebre teoria da separação dos poderes e tenha seu pensamento recorrentemente vinculado à perspectiva do liberalismo, sua reflexão política não pode se restringir a essas duas linhas interpretativas. Principalmente porque entendemos que a reflexão apresentada pelo pensador de Bordeaux também possui uma interessante ligação com a tradição republicana e contribuiu expressivamente para a retomada dessa tradição no Século das Luzes. Partindo dessa hipótese, o presente artigo tem como objetivo principal demonstrar e valorizar a contribuição de Montesquieu para com a formação do republicanismo. Para tanto, nos concentraremos: em primeiro lugar, na análise que ele realiza acerca do legado romano, isto é, as especificidades de Roma em seu período republicano e a relevância da virtude política para esse regime; em segundo lugar, na avaliação e promoção de uma discussão sobre os dois fundamentos imprescindíveis da República: a igualdade e a liberdade; por fim, na investigação das razões pelas quais a corrupção política e o luxo podem conduzir à República a falência. [While Montesquieu is known, above all, for his celebrated theory of separation of powers and his thought is recurrently linked to the perspective of liberalism, his political thought cannot be restricted to those two interpretative lines. Mainly because we understand that the ideas proposed by the philosopher of Bordeaux also has an interesting connection with the Republican tradition and has contributed significantly to the resumption of this tradition in the Age of Enlightenment. From this hypothesis, the main objective of this article is to demonstrate and value the contribution of Montesquieu to the formation of republicanism. For this goal, we shall focus: firstly, on the analysis he per-forms of the Roman legacy, that is, the specifics of Rome in its Republican Period and the relevance of political virtue to that regime; secondly, on the review and promotion of a discussion of the two essential foundations of the republic: equality and liberty; finally, on an investigation of the reasons why political corruption and luxury can lead the republic to failure.]
Resumo: Ao apresentar em sua Carta a D'Alembert a discordância à proposta da criação de um Teatro de Comédia em Genebra, Rousseau paralelamente expõe uma exaltação à festa popular. Buscando examinar a concepção de "festa popular" no pensamento rousseauniano, e defendendo a hipótese de que é possível compreender de que maneira a festa popular pode contribuir para a longevidade da república a partir da análise de alguns aspectos da Carta a D'Alembert e das Considerações sobre o governo da Polônia, o presente artigo se concentrará em quatro pontos: o primeiro, em um exame da proposta de um Teatro de Comédia para Genebra apresentada por D'Alembert; o segundo, na perscrutação da objeção de Rousseau à proposta d'alembertiana; o terceiro, em uma avaliação das razões pelas quais o autor genebrino preconiza que a festa popular é o espetáculo mais apropriado para a República de Genebra; o quarto (tendo como referência o texto sobre a Polônia) consistirá no enfrentamento da seguinte questão: de que maneira a festa popular pode contribuir para a durabilidade da república? Palavras-chave: Teatro de comédia; Festa popular; República; Rousseau.
Frequentemente, Hannah Arendt trata com destreza e profundidade o “fato político” em suas reflexões. Publicada em 1972, a sua obra Crises da República, oferece quatro interessantes ensaios sobre questões políticas intrinsecamente ligadas à conjuntura política contemporânea e se compromete em instaurar análises de temas de forte apelo à atualidade. Entre eles, um, especificamente, busca analisar e discutir o problema da “desobediência civil”. Considerando esse problema, o presente artigo tem como objetivo principal analisar e discutir o problema da “desobediência civil” na teoria política de Hannah Arendt tendo como arrimo teórico a obra Crises da República. Sendo assim, esse estudo se concentrará basicamente em três momentos: no primeiro, será examinado se as figuras de Sócrates e H.D. Thoreau podem ser consideradas expoentes da “desobediência civil”; no segundo, perscrutaremos as distinções entre dois tipos de desobediência: a civil e a criminosa, e, no terceiro, investigaremos as possíveis relações entre a “desobediência civil” e a noção de “consentimento”. Assim, almejamos promover uma investigação acerca do fenômeno da desobediência civil e provavelmente estabelecer uma pertinente reflexão.
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