RESUMOA partir do final do século XX, pesquisas intensificaram as discussões sobre o papel fundante da Língua de Sinais no desenvolvimento educacional da criança surda. No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais -Librasfoi reconhecida, oficialmente, como a primeira língua da comunidade surda, e seu uso e divulgação garantidos por documentos legais que, no mesmo sentido, preveem que a educação do surdo ocorra em contexto bilíngue. As crianças surdas que nascem em lares de pais surdos interagem em Língua de Sinais, naturalmente, como os ouvintes, na língua oralauditiva. Por conseguinte, crianças surdas, filhas de pais ouvintes, enfrentam dificuldades para se relacionar com os membros da família, caso não haja oportunidade de apropriação da Língua de Sinais, no tempo adequado, o que interfere, negativamente, em seu desenvolvimento linguístico e educacional. Embora o papel da família seja claramente estabelecido em documentos legais e de orientações específicas do Ministério da Educação e da Secretaria de Educação Especial, explicitando a importância da aprendizagem desta língua pelos familiares, programas destinados a esse fim, constituem metas a serem perseguidas pelas escolas brasileiras. Nesse sentido, este estudo tem por objetivo discorrer sobre tais implicações, ampliando a discussão sobre a necessidade da oferta de ações Educação | Santa Maria | v. 44 |2019 Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao 2 destinadas à família, em programas educacionais bilíngues que, dentre outros aspectos, defendam o direito da criança surda interagir no mundo na/pela Libras. Diante do exposto, acredita-se que o programa norueguês Se mitt språk (Veja minha língua) pode se constituir como relevante referência para futuras e urgentes ações nesse sentido, o que foi possível constatar, a partir de análise qualitativa de observações e registros, por meio de Diário de Campo, bem como por materiais de divulgação e relatório sobre o programa, colhidos durante visita de grupo de estudos ao referido país, patrocinada pela fundação Rotary International. Palavras-chave: Linguagem; Surdez; Família. ABSTRACTFrom the late twentieth century, researches intensify discussions about the foundational role of Sign Language in the educational development of deaf child. In Brazil, Brazilian Sign Language -Libras was officially recognized as the first language of the deaf community and its use and diffusion are guaranteed by legal documents that, in the same sense, provide for the education of the deaf to occur in a bilingual context. Deaf children born into deaf parents homes interact in Sign Language, naturally, like listeners in the auditory-oral language. Therefore, deaf children of hearing parents face difficulties in relating to family members if there is no opportunity to appropriate Sign Language at the suitable time, what interfers negatively in their linguistic and educational development. Although the role of family is made clear and established in legal documents and specific guidelines of the Ministry of Education and the Secretari...
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é reconhecida como língua oficial da comunidade surda do país (BRASIL, 2002). Através de um estudo, evidenciou-se que pacientes surdos adiam a procura pela consulta médica, gerando um sofrimento maior para o indivíduo e risco de piora do caso, o que ocorre devido aos obstáculos encontrados, muitas vezes, no atendimento (CHAVEIRO et al., 2008). Relatos de casos reportam que profissionais alegaram sentimentos, como insegurança, incapacidade e impotência, ao atenderem pacientes com surdez e não terem conhecimento da Libras (FRANCISCHETTI et al, 2017). Por isso, este trabalho buscou pesquisar como ocorre a comunicação entre o paciente surdo e a equipe multiprofissional em uma instituição de saúde. Trata-se de um estudo, a partir da pesquisa de natureza descritiva, exploratória de caráter transversal, de abordagem quantitativa, por meio da aplicação de um questionário objetivo, contendo 11 questões. Participaram, voluntariamente, 30 profissionais registrados no hospital do interior de São Paulo, sendo 21 (70%) do sexo feminino e 9 (30%) do sexo masculino. Houve predomínio de idades entre 50 e 59 anos (40%). Quanto à escolaridade, a maioria possui ensino superior completo (63,3%) e, de todos os participantes, 27 (90%) não aprenderam na graduação e nem realizaram curso de Libras. Em relação ao atendimento ao surdo, 18 (60%) já o realizaram e, destes, 8 (26,67%) demonstraram muito desconforto, 6 (20%) desconforto e 4 (13,33%) sentiram-se satisfeitos. Esses dados revelam que existem desafios perante um atendimento ao deficiente auditivo, sendo necessário que medidas como capacitação anual em Libras sejam empregadas a fim de consolidar o aprendizado e facilitar o uso na prática.
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