Este artigo tem por objetivo discutir uma proposta de sarau virtual, realizado em junho de 2020, por meio da plataforma Zoom, pela Brincada do Brincar, uma das frentes do Projeto de extensão “Brincadas: o inédito viável em tempos de crise” (PUC SP). Problematiza-se o contexto de pandemia do período de realização do sarau, apresenta-se as motivações de realização do sarau virtual no âmbito do Projeto Brincadas. O sarau virtual é descrito e analisado por meio da seleção de arquivos digitais do acervo do projeto; é analisado com base nos estudos freireanos, principalmente, no conceito de “inédito viável” (FREIRE, 1970/1987), e no “brincar” de Vygotsky (1933/1991). O sarau, a partir da vivência de seus participantes, criou possibilidades para atos de esperança diante da crise mundial da saúde e do contexto de isolamento e distanciamento físico. Esse encontro poético fomentou a interação e a colaboração entre os envolvidos que puderam experienciar a criação de um novo modo de sentir, agir, viver, ser e estar no mundo.
Analyzing data from a project carried out during the Covid-19 pandemics, this paper is motivated by the viable transformation that the history of a student with specific intellectual educational needs (SIEN) - and the understanding that the educators working with him have of this history - allow for a prospective view of teaching-learning, that focuses on possibilities rather than the determinations, which would be the emphasis of a more linear, banking view of teaching-learning (Freire, 1970) and development. It is based on multiple theoretical backgrounds, i.e., discussions about specific intellectual educational needs (Fidalgo & Carvalho, 2020; Carvalho et al., in print; Fidalgo & Magalhães, 2017), critical-collaborative research methodology (Magalhães, 2011, 2018; Magalhães & Fidalgo, 2019), multiliteracies (Magalhães & Carrijo, 2019), transformative agency (Ninin & Magalhães, 2017) - all of which are organized within the Cultural-Historical Theory (Vygotsky, 1924-1934/1993).
Segundo Magalhães (2011), na cultura escolar, há uma permanente e a-histórica manutenção de sentidos e significados nas práticas diárias em sala de aula, no que se refere a ações-discursos fundamentados sem uma percepção simplista e individual, relacionada tanto a metas e objetivos para agir quanto às formas de conceber e gerar conhecimento. Essas questões, certamente, reverberam no ensino de leitura-escrita que, durante anos, privilegiou a modalidade escrita, em detrimento das outras formas de comunicação (ROJO, 2009). A concepção que subjaz a essa questão é de um ensino-aprendizagem de leitura-escrita encapsulado (ENGESTRÖM, 2013), desvinculado de uma perspectiva enunciativo-discursiva da linguagem. Tal perspectiva é assumida por documentos oficiais, orientadores obrigatórios, como a BNCC (BRASIL, 2017), e outros ordenamentos curriculares de igual importância, como as DCNEB, convergentes a esse compêndio da organização curricular brasileira. Assim, este estudo resgata uma atividade de ensino-aprendizagem de leitura, desenvolvida por pesquisadores do projeto DIGIT-M-ED Brasil (PUC/SP), organizada com base em atividade social, bem como a interação que se desenrolou a partir dela, para propor a elaboração de propostas não encapsuladas de construção de significados de leitura, em curso de formação.
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