Objetivou-se relatar o primeiro caso autóctone de leishmaniose visceral canina no município de Cláudio-MG, Brasil. Com base no exame clínico foram constatados sinais sugestivos da doença em um cão macho, sem raça definida de aproximadamente sete anos. O animal foi submetido à colheita de sangue para realização dos testes imunológicos de imunocromatografia rápida (DPP®) e ensaio imunoenzimático (ELISA), obtendo-se resultados positivos para leishmaniose canina em ambos os testes. Após autorização do tutor foi obtida amostra de medula óssea do animal e posteriormente realizou-se a eutanásia e o exame necroscópico obtendo-se fragmentos de baço, linfonodos e pele. Amostras de medula óssea e tecidos foram utilizadas para realização dos exames parasitológicos, os quais demonstraram a presença do agente etiológico na forma amastigota. O fragmento de baço obtido na necropsia foi utilizado para identificação da espécie de Leishmania por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR). Foi demostrado pela PCR-RFLP a presença de Leishmania infantum, confirmando a infecção do animal pela espécie responsável pelo desenvolvimento da forma visceral da doença. Conclui-se com este resultado que a implantação de estratégias de prevenção e controle epidemiológico da leishmaniose visceral canina no município é importante, a fim de evitar a propagação da doença entre a população canina, bem como a transmissão a população humana.
A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde do Brasil preconizam a importância de avaliar a ocorrência de doenças negligenciadas, entre elas as Leishmanioses, em regiões consideradas indenes, pois a identificação precoce de áreas de ocorrência dessas enfermidades favorece a implementação de medidas preventivas de forma mais eficaz. Objetivo: Determinar a prevalência de leishmaniose visceral (LV) canina, a frequência de LV humana e identificar espécies de Leishmania circulantes na cidade de Cláudio, região Centro Oeste de Minas Gerais. Método: Foi realizado inquérito sorológico amostral canino na área urbana do município utilizando dois testes imunológicos (imunocromatografia rápida, ensaio imunoenzimático), e diagnóstico sorológico em humanos por três testes (imunocromatografia rápida, ensaio imunoenzimático, imunofluorescência indireta) em residentes de casas com cães parasitados e/ou onde foram capturados Lutzomyia longipalpis, inseto vetor de Leishmania infantum. Resultados: Dos 430 cães examinados, cinco foram sororreagentes nos dois testes imunológicos, com prevalência de 1,2% (IC95%: 0,4%–2,7%). Nas amostras de medula óssea, baço e linfonodos dos cães sororreagentes, foram identificadas formas amastigotas e através do diagnóstico molecular constatou a presença de L. infantum, parasito causador da leishmaniose visceral. Na pesquisa da Leishmaniose visceral humana foram avaliados 74 indivíduos, não sendo identificado nenhum com sorologia positiva. Conclusão: É muito importante a implantação de estratégias de prevenção e controle da leishmaniose visceral canina no município, evitando a propagação da parasitose entre a população canina e consequentemente a transmissão para população humana, pois essas enfermidades estão em franca expansão na região Centro Oeste de Minas Gerais, e em humanos pode levar ao óbito se não diagnosticada e tratada precocemente.
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