RESUMO O autores descrevem a organização, no âmbito do Sistema Único de Saúde, do arcabouço para resposta a situações de emergência em saúde pública, especificamente a preparação para a entrada da pandemia causada por Sars-CoV-2 no Brasil. São discutidas as contradições da ação do Estado em meio à grave crise político-institucional. A resistência ao conhecimento científico num ambiente de conflito político e crescimento do autoritarismo é representada na disputa de narrativas que sustentam propostas antagônicas para enfrentar a crise. Informações falsas (fake-news) alimentam a cisão e confundem-se com a própria decisão do Governo Federal de dificultar o acesso a informações. A negação da gravidade da situação e a inexistência de um plano nacional de ação são mais exuberantes no momento em que o país se torna um dos epicentros da pandemia de Covid-19.
Este artigo tem como objetivo analisar se as estratégias de comunicação do Ministério da Saúde brasileiro estão voltadas para a promoção da saúde ou orientadas para a prevenção de doenças. Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa, baseada nas campanhas por ele promovidas, de 2006 a 2013, que dialogam com a Política Nacional de Promoção da Saúde, a saber: promoção de atividade física; promoção de hábitos saudáveis de alimentação e vida; combate ao tabagismo; controle do uso abusivo de bebida alcoólica e cuidados especiais voltados ao processo de envelhecimento. Com o foco em três categorias – “direcionamento”, “alvo” e “abordagem” – foram analisadas 14 campanhas, de modo a verificar se têm relação direta com a promoção da saúde. Constatou-se que, dessas, apenas três têm a promoção da saúde como alvo e direcionamento, mas as características da abordagem das demais não estão relacionadas com esse objetivo. Assim, concluiu-se que a comunicação das campanhas no período analisado esteve mais vinculada à prevenção de doenças do que à promoção da saúde.
Com a pandemia de COVID-19, questões sobre Comunicação em Saúde ganharam destaque no que diz respeito à relação, ainda distante, entre instituições de saúde e o cotidiano dos brasileiros. O Brasil precisa avançar na efetivação da comunicação como direito humano e na compreensão de que comunicar saúde não se resume à transmissão de informações. O engajamento social depende de uma relação de confiança, conquistada a partir da permanente escuta ao público, considerando suas necessidades, críticas e saberes, daí a importância de construir pontes entre as instituições de saúde e o dia a dia das pessoas. A divulgação científica, a ciência cidadã e o universo das fake news – e aquilo que as sustenta e lhes assegura visibilidade, as mídias sociais – são também problematizados neste ensaio. Destaca-se a necessidade de uso não ferramental da comunicação e, principalmente, de um diálogo direto, horizontal e construtivo com as pessoas, de modo que a ciência ocupe o lugar de influenciadora legítima não só entre os pares, mas junto à sociedade – beneficiária e financiadora maior de seu trabalho.
Resumo O artigo apresenta um panorama da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na imprensa brasileira. A amostra é composta por textos publicados em 2018 em diferentes veículos impressos e on-line, totalizando 1.629 publicações de 148 veículos de comunicação distintos. A partir da análise de conteúdo, observou-se que a Anvisa não é a principal fonte na maior parte dos textos sobre vigilância sanitária na imprensa, bem como não é apresentada como órgão do Sistema Único de Saúde (SUS), e que os principais temas pautados no período foram relacionados à regulamentação, aos registros e às autorizações. Dentre os assuntos sob sua responsabilidade, o mais frequente foi relacionado à área de medicamentos e farmacopeia. O mês de julho registrou uma frequência maior de textos devido à repercussão nacional do caso da morte da paciente de um cirurgião plástico e influenciador digital pelo uso de um produto autorizado pela agência. É importante que a Anvisa reveja o seu posicionamento junto à imprensa, ampliando nos meios de comunicação o seu espaço de fala como protagonista da vigilância sanitária brasileira. Os resultados da análise sugerem tendências da cobertura nacional e podem ajudar a melhorar as estratégias de comunicação não só da Anvisa, mas também de outros órgãos de saúde .
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