Por diversos motivos, é possível a presença de ar nas tubulações de fornecimento de água e, consequentemente, que volumes de ar sejam contabilizados pelos hidrômetros. Esse fenômeno, além de ocorrer no Brasil, se apresenta também em países como Porto Rico, Peru e México. Existem à venda no mercado brasileiro equipamentos denominados “bloqueadores de ar” que, segundo os fabricantes, impedem a indevida cobrança. Porém, até o momento, não há uma norma específica nem literatura consolidada para aferição e certificação desses dispositivos. Nesse contexto, o presente trabalho teve por objetivo verificar o comportamento hidráulico dos bloqueadores de ar, a fim de servir como base para futuras discussões entre usuários, fabricantes e órgãos fiscalizadores sobre o adequado uso destes equipamentos. Nos testes experimentais realizados, foram obtidas as curvas perda de carga versus vazão para cinco bloqueadores avaliados. Como complementação, uma modelagem computacional permitiu verificar os possíveis efeitos causados no fornecimento de água. Os resultados mostraram uma grande variação dos valores de pressão mínima necessária para ocorrer o escoamento, desde 0,92 até 8,60 m.c.a., assim como das curvas de perda de carga, significando, em alguns casos, redução drástica da vazão da água fornecida. Como principal conclusão, observou-se a necessidade de uma regulamentação desses dispositivos para possibilitar a elaboração de instruções sobre o correto dimensionamento e uso em cada situação.
RESUMO Em redes de abastecimento de água, as manobras de válvulas e as paradas de bombas, por exemplo, podem causar a entrada de ar nas tubulações, sendo este ar, em algumas situações, eliminado através das ligações domiciliares, com potencial de majorar os volumes registrados pelos hidrômetros. Esse tem sido motivo de preocupação por parte de órgãos fiscalizadores, de concessionárias e de consumidores, principalmente, em grandes cidades brasileiras. A despeito da grande importância do assunto, observa-se que há uma quantidade ainda pequena de estudos e trabalhos técnico-científicos sobre este tema. A presente pesquisa teve como objetivo apresentar parâmetros e procedimentos que auxiliem o entendimento do funcionamento de hidrômetros sob presença de ar e a consequente influência nos volumes registrados. Um método simples e eficaz foi elaborado para realização de testes em bancada que possibilitaram quantificar o volume de ar escoado que é, efetivamente, registrado por um hidrômetro de uso típico em ligações residenciais. Os resultados mostram que os hidrômetros podem registrar até 90% do volume de ar eventualmente escoado, quando as vazões são elevadas, em torno de 1.600 L/h. Em baixas vazões, esse percentual cai, tornando-se nulo quando a vazão é inferior a 430 L/h. No casso de inversão de fluxo no hidrômetro, o que ocorre durante o esvaziamento da rede, os valores registrados são menores que aqueles medidos quando o fluxo ocorre no sentido nominal, não compensando, integralmente, os eventuais volumes de ar contabilizados durante o enchimento.
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