O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do transporte rodoviário de equinos sobre proteínas de fase aguda (PFA), estresse oxidativo e componentes hematológicos. Foram utilizados 11 equinos, mestiços Quarto de Milha, idade média de 8,5±1,4 anos e peso de 447,1±21,2 quilos. O experimento foi conduzido no município de Araruama, RJ, com amplitude térmica local variando de 15 a 34°C (21,4±5,4), umidade relativa do ar entre 58 e 93% (78±11,4). Os animais foram submetidos a duas viagens, a primeira de 50 km, que teve duração de uma hora e 40 minutos, com velocidade média de 30 km por hora. Após 21 dias, realizou-se a segunda jornada, desta vez, de 300 km com duração de cinco horas e 30 minutos e velocidade média de 54,5 km por hora. Para analisar as variáveis, foi coletado sangue em nove momentos em cada viagem: TAnVi (imediatamente antes do início da viagem), TTeVi (imediatamente após o término do percurso) e com seis (T6h), 24 (T24h), 48 (T48h), 72 (T72h), 96 (T96h), 120 (T120h) e 144 horas (T144h) após o término da viagem. Foram avaliados o hematócrito, proteínas totais, plaquetas, contagem global e diferencial de leucócitos; as proteínas de fase aguda: macroglobulina alfa 2 (ALF 2), ceruloplasmina (CP), transferrina (TRF), antitripsina alfa 1 (ALF 1), haptoglobina (HP), apolipoproteína alfa 1 (APO-A1), α1 glicoproteína ácida (GPA); marcadores de estresse oxidativo: óxido nítrico (NO), capacidade de redução férrica do plasma (FRAP), superóxido dismutase (SOD) e malondialdeído (MAD); atividade muscular: creatinoquinase (CK), aspartato aminotransferase (AST) e atividade metabólica glicose (GLI) e lactato (LAC). A estatística utilizou ANOVA, comparações pelo teste de Tukey e não paramétricos por Kruskal-Wallis com post hoc de Dunn, significância considerada quando p<0,05. Houve incremento de neutrófilos de TTeVi a T48h após os dois trajetos e dos leucócitos totais de TTeVi a T24h após os 300 km. A GLI não apresentou alteração entre as distâncias, porém apresentou depleção em TTeVi dos 300 km. Houve incremento do lactato após os 50 km em relação aos 300, bem como TTeVi dos 50 km. A AST apresentou incremento em TTeVi dos 300 km em relação aos 50. As PFAspermaneceram sem alteração em todos os momentos. O estresse oxidativo foi percebido com depleção do SOD e incremento do MAD nos 300 km em relação aos 50. O percurso de 300 km ocasionou alterações mais acentuadas nas enzimas musculares, marcadores metabólicos e estresse oxidativo, sinalizando que o transporte de longa distância acarreta variações fisiológicas importantes. Palavras-chave: Transporte. Estresse oxidativo. Bem-estar. Proteínas de fase aguda. Equinos.