Resumo: O artigo propõe retomar a discussão teórica que influenciou a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, com o objetivo de refletir sobre seus efeitos após uma década da publicação. Revisitamos questionamentos que constituem o debate nessa área, tomando por eixo central a análise de sua base conceitual - a adjetivação especial e a ideia de inclusão - considerando-a sob o registro da modernidade. Além disso, destacamos uma estrutura dilemática a sustentar questões fundamentais em Educação Especial, bem como advertir sobre a força de certa ambivalência e tensão que as políticas e os discursos que engendram a Educação Especial pretendem superar.
O outro como tema na educação especial provoca um impasse no campo das licenciaturas. Algo no encontro com a deficiência causa estranhamento e essa não parece subsumida nem mesmo às diretrizes inclusivas. Buscamos compreender a perplexidade - ou mesmo a impossibilidade - envolvida no processo de tornar-se professor desse outro, quando a racionalidade moderna afirma um mundo dividido em dualismos e dicotomias. A fim de abrir espaço para a estranheza que precede e persiste na lição de nossos alunos, e divergindo de tal racionalidade, adotamos como referencial metodológico e teórico o ensaio O inquietante (1919), de Freud. A conversão freudiana ao literário justifica a escrita de uma carta como experiência formativa. Uma carta envolve a presença do outro, faz-se pela suposição de um interlocutor. Em resposta ao chamado por implicação, a correspondência se apresenta como possibilidade de uma racionalidade diversa na formação docente.
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