As comunidades tradicionais do Baixo Amazonas no Pará possuem diversas atividades pesqueiras que geram emprego e renda para os pescadores. Uma dessas é a pesca do camarão-da-amazônia Macrobrachium amazonicum praticada às margens do rio Amazonas, próximo à cidade de Santarém (PA). Este trabalho tem como objetivo registrar a ictiofauna acompanhante da pesca do camarão-da-amazônia, bem como sua relação com a biomassa total, riqueza, captura por unidade de esforço (CPUE) e a proporção de peixes e camarões. Os dados foram coletados por meio do acompanhamento mensal em três armadilhas semi-fixas na área de pesca no período de fevereiro/2018 a janeiro/2019. As informações foram anotadas e organizadas em um banco de dados para facilitar as análises. Foram capturados um total de 2.136 peixes, com ocorrência de 24 famílias e 69 espécies, sendo Colomesus asellus mais abundante e Hypoptopoma elongatum com ocorrência em todos os meses. O comprimento total foi baixo e variou entre 32 e 275 mm, sugerindo a participação de muitas espécies de pequeno porte e/ou indivíduos juvenis, com pouco ou sem valor comercial. A proporção de peixe/camarão foi de 0,02/35,24 kg indicando que 97% da produção pesqueira do camarão é constituída da espécie alvo, contudo, os peixes jovens são descartados geralmente mortos, impactando negativamente seu ciclo. A diversidade e equitabilidade variaram ao longo dos meses, apontando um padrão de distribuição sazonal relacionado ao regime hidrológico da região.
No Brasil, o quadro contemporâneo mostra-se extremamente favorável à piscicultura, sobretudo de espécies nativas, na qual correspondem ao setor de produção que mais cresce no mundo e que pode ser utilizada como recurso de desenvolvimento social e econômico, além de possibilitar o uso dos recursos hídricos locais. Neste contexto, o trabalho apresenta a caracterização e análise da piscicultura realizada na zona rural do município de Alenquer, Pará. Durante os anos de 2017 a 2019, foram realizadas investigações a 71 agentes produtivos por meio da aplicação de formulários semiestruturados que abordavam aspectos sociais do piscicultor e técnicos sobre as criações de peixes. Os produtores são em sua maioria do sexo masculino (76,06%), com idade média de 44,02 anos (±14,76) e baixo grau de escolaridade. A piscicultura na região é direcionada para o tambaqui e o híbrido tambatinga, sendo realizada de forma extensiva e rudimentar, majoritariamente em caráter familiar e pouca organização comercial, praticada geralmente em açudes, sem qualificação ou suporte técnico visando atender a subsistência e/ou como complemento da renda. Os produtores não realizam
Os camarões são amplamente consumidos pelas comunidades tradicionais ao longo do sistema Solimões/ Amazonas e possuem interesse comercial no estado do Pará. Com o objetivo de entender esse tipo de pescaria no município de Santarém (PA), foram realizadas diversas visitas no período de outubro de 2016 a setembro de 2017, com entrevistas semidirecionadas aos pescadores e observações participativas em suas atividades diárias. A pesca de camarões é praticada de forma artesanal com foco comercial, sendo a principal fonte de geração de renda das famílias. A captura é realizada com armadilha semifixa denominada de matapi, confeccionadas pelos próprios pescadores com ferro galvanizado e tela de náilon, são usadas nas margens do rio Amazonas, nos canais e lagos de várzea próximo a cidade. O camarão regional é capturado com maior abundância no período denominado de verão (junho a dezembro) e o aviú no inverno amazônico(janeiro a junho), ambos são comercializados cozidos com sal em feiras e mercados da região, com preços variando de acordo com o tamanho do produto e entre os períodos de safra e entressafra. A pescaria é realizada de forma desordenada, não havendo nenhum tipo de fiscalização e controle dos estoques naturais, sendo capturado indivíduos de todos os tamanhos.
Este estudo caracterizou aspectos socioeconômicos, tecnológicos e produtivos da piscicultura em quatro municípios da Região Geográfica Intermediária de Santarém, no estado do Pará, a fim de balizar políticas públicas e ações da iniciativa privada para o seu desenvolvimento. Foram visitadas 148 propriedades rurais entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019, para observações de campo e aplicação de formulários semiestruturados aos piscicultores ou aos encarregados pela gestão das iniciativas. Os dados obtidos foram tabulados em planilhas eletrônicas e analisados por meio de estatística descritiva, sendo apresentados em tabelas e gráficos. A piscicultura é praticada principalmente por produtores com baixo nível de escolaridade e que iniciaram suas atividades há menos de 10 anos. Dentre os peixes produzidos, sete são espécies nativas, duas não nativas e um híbrido. O sistema semi-intensivo foi predominante e direcionado especialmente para o monocultivo do tambaqui Colossoma macropomum ou do híbrido tambatinga em viveiros escavados sob povoamento direto, ou seja, de modo monofásico. A maioria dos empreendimentos piscícolas possui falhas no planejamento e na gestão produtiva e econômica, o que somado as dificuldades de regularização, falta de capacitação para atuar na atividade e de assistência técnica e elevado custo de produção configuram os principais entraves ao desenvolvimento da atividade na região. Recomenda-se a revisão do marco regulatório estadual, melhoria nos serviços de assistência técnica, capacitação continuada dos piscicultores e fortalecimento de sua organização social para superação dos obstáculos identificados, ações inerentes ao poder público e a iniciativa privada, que tendem a surtir pouco efeito quando realizadas isoladamente.
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