Várias vezes, desde o Pentateuco até o Apocalipse, os escritores bíblicos vindicam que foram inspirados por Deus em sua obra. Por conseguinte, desde que estes escritos foram aceitos como sagrados, a crença de que as Escrituras foram divinamente inspiradas têm estado presente entre judeus e cristãos. Porém, entre as diferentes correntes do Cristianismo não existe um consenso sobre o que a inspiração divina da Sagrada Escritura significa. Isto acontece porque, em nenhuma parte da Bíblia, há uma descrição detalhada desse conceito. São analisadas neste artigo as duas principais teorias: a) a da inspiração natural, fruto do liberalismo teológico que surgiu no século XVIII; e b) a da inspiração verbal, fruto do fundamentalismo evangélico surgido no final do século XIX. A presente pesquisa ocupa-se de apresentar o ensinamento, as limitações e os problemas de ambas as teorias, sugerindo, ao final, uma proposta de um conceito de inspiração que busca se aproximar ao máximo daquilo que as Escrituras trazem sobre o tema, ainda que em lampejos. Longe de pretender ser a palavra final sobre o assunto, este estudo procura mostrar como um conceito de inspiração biblicamente coerente pode contribuir para uma exegese, uma hermenêutica, uma teologia e, consequentemente uma evangelização saudáveis.
O presente artigo objetiva analisar o uso de citações, alusões e ecos do Antigo Testamento na epístola de Paulo aos Romanos. Utilizam-se os critérios apontados por Richard Hays e G. K. Beale em suas obras. O estudo faz uma introdução acerca do uso do AT no NT, no epistolário paulino e, mais especificamente, em Romanos, apresentando um quadro contendo os textos onde Paulo faz uso do AT nesta epístola. As conclusões da pesquisa apontam que Paulo não fazia uso do AT de modo aleatório, mas proposital, a partir de um pensamento comum ao judaísmo do primeiro século. A pesquisa evidencia, ainda, a prevalência do uso da Septuaginta (LXX) em detrimento do Texto Hebraico (TH) e que, mesmo nos textos onde se faz referência direta ao TH, é possível relacioná-lo à LXX, configurando, desse modo, o uso corrente e prioritário desta versão das Escrituras em Romanos, o que também ocorre em outras cartas paulinas e livros do NT. O objetivo principal deste estudo é entender como e porque Paulo usou tão exaustivamente as Escrituras de Israel nesta que foi a maior de suas cartas.
Este artigo se propõe a examinar a perícope de Rm 9,19-29, com vistas a entender se, neste texto bíblico, o Apóstolo Paulo trataria realmente de predestinação dupla ou absoluta, como foi compreendido pela maioria dos reformadores. O foco se concentra especialmente em expressões de difícil interpretação dos vv.21-23: “Acaso o oleiro não tem autoridade para fazer [...] um vaso para honra, e outro para desonra? [...] vasos de ira, que foram preparados para a destruição, [...] vasos de misericórdia, que Ele preparou de antemão para a glória”. A exegese é trabalhada com base nos princípios dos seguintes métodos: Histórico-Crítico, Análise Retórica Bíblica Semítica e Uso do Antigo Testamento no Novo Testamento. São levados em conta estudos de autores antigos e recentes. Paulo não está dizendo que Deus predestina um para a salvação e outro para a perdição, antes mesmo de seu nascimento. Isso seria colocar os seres humanos como simples marionetes, sem nenhuma liberdade ou possibilidade de conversão. O “horizonte argumentativo” paulino não é o antropológico, mas sim o teológico. Ele quer realçar a soberania e a misericórdia de Deus, mesmo diante dos limites humanos, seja com os judeus, seja como os gentios.
O presente artigo se dedica ao estudo de Os 12,12-15, uma perícope rica em detalhes que chamam a atenção do leitor atento: uma mensagem que denuncia a falsidade e a nulidade de uma religião associada a práticas pecaminosas (v.12); uma referência ao Patriarca Jacó, cuja imagem moral no v.13 é ponto de amplo debate entre os intérpretes (se seria positiva ou negativa); os dois relatos de origem de Israel (genealógica e vocacional) encontrando-se lado a lado em pleno séc. VIII a.C. (vv.13-14); a(s) figura(s) anônima(s) de um ou dois profetas no v.14; e uma advertência de condenação iminente em consequência da infidelidade e da desobediência prevalecentes no Reino do Norte (v.15). Os 12,12-15 é um texto em prosa recheado de elementos da poesia hebraica. Esta pesquisa segue os passos da exegese científica e culmina num comentário e em considerações finais onde são feitas aplicações de natureza teológico-pastoral, sem qualquer pretensão de esgotar os temas envolvidos.
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