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Objetivo: descrever os anos potenciais de vida perdidos (APVPs) por aids na população do sexo feminino e analisar sua associação com raça/cor da pele e indicadores de vulnerabilidade social em Porto Alegre, RS, Brasil. Métodos: estudo descritivo, considerando-se os óbitos de mulheres por aids em 2007-2017; os dados foram obtidos no banco do Sistema de Informações sobre Mortalidade; foram calculados valores brutos e taxas de APVPs por 1000 óbitos, considerando-se os distritos sanitários e a raça/cor da pele. Resultados: entre 1.539 óbitos, foram estimados cerca de 51 mil anos potenciais de vida, representando 86,5 anos perdidos/1000 mulheres; identificou-se maior proporção de óbitos em mulheres de raça/cor da pele branca (53,4%); porém, maior taxa de APVPs entre mulheres de raça/cor da pele preta/parda residentes em regiões de maior vulnerabilidade. Conclusão: os resultados sugerem o impacto de desigualdades raciais na diminuição dos anos potenciais de vida, em função do óbito por aids.

Resumo: Este estudo teve como objetivo verificar a tendência temporal e desigualdades no rastreamento autorrelatado do câncer de colo de útero nas capitais brasileiras entre os anos de 2011 e 2020. Estudo de tendência com dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2011 a 2020. O desfecho foi a prevalência de realização de exame citopatológico nos últimos três anos. Para estimar as desigualdades, foram utilizados os índices de desigualdade de inclinação (slope index of inequality - SII) e de concentração (concentration index - CIX). Observou-se tendência crescente do desfecho no país no período pesquisado e queda na maioria das regiões, capitais e em todos os grupos de acordo com escolaridade. Houve uma queda da cobertura na maioria das regiões do Brasil. Destaca-se que o SII apresentou seus piores resultados em 2011 e 2012, alcançando 15,8p.p. (IC95%: 14,1; 17,6) e 15,0p.p. (IC95%: 13,1; 16,9), respectivamente, entre as mulheres com 12 anos ou mais de estudo. Houve queda na cobertura da realização do exame preventivo de câncer de colo de útero na maioria das regiões e capitais brasileiras entre os anos de 2011 e 2020. No período antes e durante a pandemia, houve redução do desfecho no país, nas regiões Sul e Sudeste, sugerindo que a pandemia de COVID-19 acarretou desigualdades geográficas na cobertura desse exame no país.

Obesogenic behaviors have been individually associated with bullying during adolescence. However, physical activity, sedentary behavior, and diet manifest themselves in synergy and even behavioral profiles in which positive and negative behaviors coexist can be more positively associated with psychosocial outcomes. The present study aimed to analyze the association between clusters of obesogenic behaviors and different bullying roles in Brazilian adolescents. This cross-sectional study used data from the Brazilian School-based Health Survey—PENSE, 2015. A total of 100,794 male and female adolescents of the ninth-grade elementary school participated in the study. Students responded to an electronic questionnaire. Clusters of obesogenic behavior consisted of physical activity, exposure to sedentary behavior, and diet, and the different roles in bullying were: participant, victim, bully, and bully–victim. Binary logistic regression with 95% confidence intervals (CI) was used for data analysis ( p < .05). Multiple adjustments and complex sampling procedures were employed. Adolescents in the cluster “Health-promoting sedentary behavior and Diet” had reduced chances of participating in bullying (odds ration [OR] = 0.70; 95% CI [0.64, 0.76]), of being a victim (OR = 0.87; 95% CI = 0.76–0.99), and being the bully (OR = 0.65; 95% CI [0.59, 0.71]); and those from the cluster “Health-promoting physical activity and Diet” had reduced chances of participating (OR = 0.81; 95% CI [0.76, 0.87]), being a victim of bullying (OR = 0.86; 95% CI [0.76, 0.98]), being the bully (OR = 0.79; 95% CI [0.72, 0.85]), and being a bully–victim (OR = 0.74; 95% CI [0.61, 0.90]), when compared to those from the “health-risk” cluster in the adjusted analysis. Clusters of obesogenic behavior may reduce adolescent bullying: victim, bully, and bully–victim benefit when exposed to healthier behavioral profiles. The school setting must recognize bullying as a problem and therefore simultaneously promote multi-component interventions to tackle physical activity, sedentary behavior, and eating behavior. Outcomes other than obesity should be acknowledged when promoting obesogenic behaviors.

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