Este artigo traz como principal foco de discussão o conceito de identidade de lugar. A proposta é fazer, inicialmente, uma contextualização do tema a partir das categorias espaço, lugar e não-lugar. Esta discussão inicial visa compreender essas categorias como construções semióticas e ideológicas, as quais se moldam a partir das interações humanas com o ambiente para além da simples ocupação física. Em seguida, apresentaremos a metodologia histórico-cultural de base materialista histórico-dialética, que possibilitará compreender a argumentação final do artigo; nesta etapa, o método será abordado historicamente com o objetivo de apontar as bases fundamentais à sustentação da visão de homem adotada por este estudo. Finalmente, discorreremos criticamente sobre identidade de lugar. Para esta tarefa, elegemos como principal centro de revisão teórica a concepção defendida por Proshansky, Fabian e Kaminoff. Identificamos que a linha de argumentação epistemológica desses autores segue uma vertente marcada pelo pragmatismo de Dewey e o interacionismo simbólico de George Mead. Assim, pensamos que pesquisar a relação de identificação das pessoas com os ambientes, tendo como método a abordagem histórico-cultural, exige definir esta categoria não pelo modelo de Proshansky et al., mas centrado epistemologicamente no próprio método histórico-cultural sob o risco de incongruência teórica. Portanto, defendemos uma concepção de identidade de lugar amalgamada à teoria da afetividade proposta por Bader Sawaia, onde afeto está ontologicamente ligado às dimensões ética e política. Consequentemente, identidade de lugar é pensada não apenas em termos de identificação com o ambiente, mas como possibilidade de vinculação afetiva e transformadora da realidade psicossocial.
Resumo Este artigo objetiva dialogar os conceitos território e vulnerabilidade, a partir da categoria afetividade, fundamentados na Psicologia Ambiental e na psicologia social de base psicossocial e histórico-cultural, ao buscar uma compreensão dialética da inter-relação pessoa-ambiente. Como eixo de observação, investigação e análise, a afetividade subsidia uma perspectiva ética de transformação social, em territórios vulneráveis, como fio condutor de estratégias de enfrentamento e proposição de políticas de proteção a populações submetidas às desigualdades. Indicamos algumas intervenções oriundas de reflexões teórico-práticas que possibilitam compreender os afetos como potencializadores dos sujeitos, pela implicação destes com territórios e coletividades, rumo a processos emancipatórios humanos.
O artigo a visa a análise da percepção dos jovens sobre a comunidade a partir da metodologia de facilitação comunitária denominada de Mapeamento Psicossocial Participativo com alunos do ProJovem Urbano, com base no referencial teórico da psicologia comunitária. Essa metodologia promove o conhecimento da comunidade, sensibilização com o meio, interação com os moradores e a participação em atividades, bem como o reconhecimento das dificuldades vivenciadas e os potenciais a serem desenvolvidos. A pesquisa desenvolveu-se com natureza qualitativa pautada no método dialógico vivencial. Teve como amostra dez alunos do ProJovem Urbano da Escola Papa João XXIII, no Bairro Vila União, em Fortaleza. Utilizamos a observação participante e a realização do mapeamento psicossocial participativo e de círculos de cultura.Para a análise, recorremos à construção de sentidos. Observamos, portanto, que os jovens participantes tendiam geralmente a se afastar da comunidade, não participando das atividades comunitárias e nem se sentiam pertercentes àquele meio social, necessitando de metodologias participativas para realizar a reinserção social com a comunidade. Concluímos que o mapeamento psicossocial participativo propicia uma reflexão sobre a reinserção e ressocialização dos jovens na sua comunidade, pois consistiu em uma forma de diálogo e de problematização da realidade, por meio do conhecimento e da sensibilização em relação ao contexto social.
O artigo discute a apreensão da realidade a partir da categoria de análise paisagem, pela perspectiva da geografia cultural e da psicologia ambiental. Para tanto, tomou-se como recorte de estudo o campus do Itaperi, na Universidade Estadual do Ceará (UECE), com o objetivo de conhecer como as relações afetivas são tecidas entre os estudantes e a universidade. Evidenciando como a apreensão da paisagem provoca afetos nos indivíduos e possibilita múltiplas maneiras de expressar a sua experiência sobre os lugares. A metodologia adotada foi a do Instrumento Gerador de Mapas Afetivos (IGMA).O estudo revela os sentimentos que permeiam a vivência cotidiana dos estudantes com a universidade, através das imagens de pertencimento, agradabilidade, insegurança e destruição elucidadas pelos mapas afetivos.
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