IntroduçãoNo mundo todo, a necessidade de transfusões sangüíneas vem crescendo progressivamente. No Brasil, enquanto a demanda de sangue cresce à taxa de 1% ao ano, as expectativas de crescimento das doações de sangue variam de 0,5 a 0,7%/ano. 1 Conseqüentemente, a estimativa para o ano de 2030 é de um déficit de aproximadamente um milhão de unidades de sangue coletado, levando-se em conta o crescimento populacional projetado e as necessidades crescentes de transfusão, em especial para os que a necessitam cronicamente, para cirurgias de grande complexidade e no atendimento às emergências.2 Deve-se ressaltar que essa projeção não inclui situações de calamidade pública e desastres naturais.Se estimarmos as necessidades internacionais de transfusão de sangue e componentes, tendo por base a estimativa de 0,05 unidades per capita por ano, pode ser projetada uma demanda de assustadoras 300 milhões de unidades de sangue por ano.3 Quando são computados os números disponí-veis de transfusões de sangue em termos mundiais, temos cerca de 90 milhões de unidades transfundidas por ano. Caso esse número seja verdadeiro, há falta de 200 milhões de bolsas de sangue/ano. 4 Obviamente essas estimativas estão sujeitas a críticas, mas é evidente que não há suprimento total de sangue, particularmente de alguns tipos (como os Rhnegativo) em situações emergenciais, e a sazonalidade é importante fator que compromete o fornecimento de sangue. Deve-se ressaltar que, apesar de os progressos para o aumento da segurança transfusional e da diminuição vertigi-