Ao analisar as imagens da maternidade e da gravidez procura indicar os valores e as condutas sociais subjacentes a sua criação. Representações do corpo grávido, em circulação na mídia, exprimem, mediante transformações das identidades, uma peculiar combinação de valores que, ao afirmar a liberdade de escolha e de autorrealização, apontam para uma natureza feminina. Concepções científicas acerca da dificuldade de reprodução biológica são amplamente difundidas como problema biológico individual ou do casal. Análises históricas, porém, demonstram que o modo de conceber os eventos reprodutivos transformou-se, indicando como a medicina moderna interveio nos corpos e na família, e como passou-se a afirmar a identidade feminina.