Para compreender como a teoria da estruturação foi investigada na contabilidade, o objetivo foi analisar a Tríade de Giddens na pesquisa em contabilidade. Realizou-se a triangulação de estudos sob o arcabouço da teoria da estruturação (TE). Concebeu-se a dimensão estrutural da significação sob a lente perceptiva, ou seja, quando esquemas cognitivos são utilizados para interpretar a realidade. No entanto, no âmbito da informação contábil, a contabilidade não pode ser considerada como um instrumento monolítico de interpretação das informações. Sob a lente constitutiva têm-se as linguagens que proporcionam a construção social da realidade. Para a integração sistêmica das práticas sociais, a contabilidade tem a função de padronização dos processos entre os diversos setores das organizações. A estrutura de legitimação a partir do dispositivo window-dressing considera a contabilidade como um meio de refletir as expectativas da organização. No entanto, a contabilidade precisa exercer um papel de neutralidade para conquistar a confiabilidade das informações divulgadas. A perspectiva dos dispositivos de sanção considera as avaliações das formas de interações. Assim, a partir da padronização de regras e rotinas, a contabilidade pode promover os processos de aprovação ou não de condutas organizacionais. Na concepção da estrutura de dominação os recursos autoritários ou alocativos promovem o exercício do poder. Desta forma, a contabilidade pode ampliar seu campo de atuação, e como consequência participar diretamente das disputas de poder nas organizações. E, por fim, o mecanismo ideológico que considera a contabilidade como um mecanismo que pode facilitar a compreensão das contradições estruturais da sociedade. Para tanto, os contadores precisam ser agentes de mudanças nos processos de transformação social.