Neste artigo buscamos explorar a noção de dispositivo dramatúrgico enfocando três possibilidades. A primeira a partir da leitura de obras cênicas já existentes. Compõe a segunda o conceito de dispositivo como base da dramaturgia, e suas implicações inclusive na relação dramaturgia/encenação, elegendo o trabalho de Samuel Beckett como ponto de reflexão. A terceira abarca as possibilidades de dispositivos dramatúrgicos enquanto procedimentos de criação, não mais atrelados a uma obra pronta. Essas perspectivas não encerram de forma alguma as possibilidades do olhar sobre o conceito de dispositivo dramatúrgico, mas operam como as histórias de Clarice Lispector – quantos olhares não cabem sobre um mesmo objeto? Quantas histórias?