Recebido em 19/8/08; aceito em 28/1/09; publicado na web em 3/7/09 SEASONAL VARIATION OF THE COMPOSITION OF ESSENTIAL OIL FROM Myrcia salzmannii Berg. (Myrtaceae). This work report the seasonal variation of composition of the volatile oils from leaves and from flowers of Myrcia salzmannii harvested in the sand dunes of Salvador, Bahia, northeastern region of Brazil in the years 2001 and 2003. The oils were analyzed by GC-FID and GC-MS being identified 49 components. Nine essential oil samples of leaves collected on different months and years and one sample of flowers were analyzed. β-Caryophyllene and α-humulene were the only compounds present in all of the samples being the first the majority compound.Keywords: Myrcia salzmannii; essential oil; terpenes.
INTRODUÇÃOAs plantas aromáticas têm sido utilizadas desde a Antigüidade como antissépticos e agentes anti-infecciosos, para dar aroma a perfumes e cosméticos e como flavorizantes em alimentos e bebidas. Suas propriedades biológicas estão diretamente relacionadas com a composição química, a qual pode ser afetada pelas variações ambiental, geográfica, sazonal e circadiana.As espécies da família Myrtaceae são particularmente ricas em óleos essenciais. Essa família é constituída de 140 gêneros e aproximadamente 3000 espécies 1 com dois principais centros de desenvolvimento, a América tropical e a Austrália, embora ocorram em outras regiões no mundo.2 O gênero Myrcia é um dos maiores da família com cerca de 300 espécies e muito bem representado em todo o território brasileiro. Espécies desse gênero têm sido utilizadas na medicina popular como adstringentes, diuréticos, contra o Diabetes mellitus, para estancar hemorragias e no tratamento de hipertensão e úlceras.
3Relativamente ao seu grande número, são poucas as publicações acerca da química das espécies do gênero Myrcia. Em M. citriofolia, foi relatada a ocorrência de eucaliptina, uma flavona C-metilada.4 O extrato metanólico de M. multiflora mostrou potente atividade inibitória da aldose redutase, 5,6 uma enzima que está relacionada com algumas complicações do Diabetes mellitus. 7,8 O fracionamento desse extrato levou ao isolamento de flavanonas glicosiladas (myrciacitrinas I e II) e acetofenonas glicosiladas (myrciafenonas A e B). Os óleos essenciais de 17 espécies do gênero já foram estudados e ficou demonstrado que os sesquiterpenos foram predominantes em todos eles exceto em M. myrtifolia, 9 em que houve uma larga predominância de monoterpenos e M. acuminatissima e M. bombycina, nos quais o conteúdo de monoterpenos foi apenas ligeiramente maior que o de sesquiterpenos.