Este ensaio tem como objetivo apresentar outros modos e alternativas epistemológicas para pensarmos a educação, a escola e seus currículos, apresentando uma leitura analítica dos dobramentos da escola moderna mediante as interlocuções entre as tradicionais e as insurgentes narrativas acerca das funções da instituição escolar, sem a pretensão de construir um processo linear e progressista das teorias e práticas que disputam a escola. Também não temos a intenção de salvaguardar um determinado modelo ou formato de escola, até porque correríamos o risco de negligenciar outros modos de pensar a escola, ou seja, a ideia não é defender um modelo único ou uma estrutura de escola ideal, mas sim abrir espaço e brechas para considerarmos outras maneiras de pensar a educação. Assim sendo, esse escrito é influenciado por uma metodologia cartográfica pós-crítica, que busca fugir de metanarrativas, discursos universais ou neutros, e sobretudo, defende a crítica radical no/do próprio território de disputas e alianças das teorias críticas, fortemente difundidas na educação brasileira. Ao final argumenta-se e conclui-se que a escola é pendular, ao ponto que se afasta da ideia de uma “coisa em si”, se aproxima de um funcionar, agenciar, arquitetar e subverter os saberes. Nesse sentido, debruçar-se sobre os discursos da escola do passado significa, sobretudo, refletir acerca da escola no presente, da escola que defendemos e que estamos a construir, nos territórios em que estamos inseridos, a partir do diálogo com as epistemologias dissidentes, como: estudos gays (teorias queer, quare, crip), estudos feministas e estudos afro diaspóricos.