A Construção do Sentido de Envelhecimento para os Assistentes Sociais: uma abordagem contextualista das emoções a partir do cotidiano de trabalho

Abstract

ResumoEste artigo analisou como as relações entre emoções e trabalho, presentes nas falas sobre a assistência social, configuram o sentido de envelhecimento para os profissionais dessa área de atuação em uma instituição de longa permanência para idosos. Articulou-se a abordagem contextualista dos estudos das emoções entremeadas com o processo de constituição subjetiva dos assistentes sociais. Para a coleta de dados foi realizada pesquisa em documentos disponibilizados pela instituição e entrevistas semiestruturadas com a assistente social, duas estagiárias deste segmento profissional e quatro idosos residentes na instituição pesquisada. Os resultados evidenciaram uma polarização entre dois modelos hegemônicos de entendimento da velhice, em que o engajamento emocional atua como a esfera subjetiva que permite a objetivação desse processo de clivagem social. Por meio das análises do engajamento emocional nas atividades de trabalho da assistência social, foram identificadas as práticas organizacionais que reafirmam o modelo de pauperização e de abandono dos idosos na sociedade. AbstractThis article examined how the relationship between emotions and work, present in the discourses about social care, configure the meaning of aging for professionals in this area in a Long Term Care Institution for Elders. The contextualist approach of studies of emotions was theoretically articulated intertwined with the process of subjective constitution of the social workers. In order to collect the data a documental research was provided by the institution, and semi-structured interviews with the social workers were carried out, two interns of the professional segment and four elderly residents of the institution. The results demonstrated a polarization between two hegemonic models of understanding of old age, in which emotional engagement acts as the subjective sphere that allows the objectification of this process of social cleavage. Through the analysis of emotional engagement in the social care work activities, we identified organizational practices that confirm the model of impoverishment and neglect of older people in society.

Emoções No Trabalho: Um Estudo Em Organizações Do Setor Bancário

“…O conhecimento da auto percepção emocional de indivíduos em duas organizações prestadoras de serviços mostrou que as atividades de elevada padronização de trabalho influenciam as emoções, pois apenas três de um grupo de cinqüenta emoções apresentaram diferenças significativas. Mas, as organizações precisam considerar que a vivência emocional é importante para a motivação no trabalho (FINEMAN, 2001) e para a construção dos sentidos no trabalho (LOCATELLI, OLIVEIRA, CAVEDON, 2014).…”

“…Um dos importantes estudos sobre emoções nas organizações é o de Hochschild (1983), cuja contribuição significativa foi o conceito de "trabalho emocional", que corresponde ao esforço emocional exigido dos indivíduos para o desempenho de determinados papéis no trabalho. A abordagem do tema foi ampliada, enfatizando, por exemplo, sentimentos no trabalho, (FINEMAN, 2000(FINEMAN, , 2001LOCATELLI, OLIVEIRA, CAVEDON, 2014;MACHADO, 2006), a conexão entre liderança, poder e emoções (ASHKANASY, 2000;RAFAELI, WORLINE, 2001;CALLAHAN, McCOLLUM, 2002) e a regulação emocional no trabalho (RODRIGUES, GONDIM, 2014).…”