A acessibilidade para os surdos nos espaços de divulgação científica é um direito garantido por lei, mas pouco implementado. Esta pesquisa participativa de abordagem qualitativa teve por objetivo apresentar o processo de desenvolvimento de vídeos guias para centros de ciências itinerantes e as estratégias utilizadas para sanar os problemas identificados, bem como analisar a opinião dos surdos sobre o material desenvolvido. Para isso, produzimos vídeos guias em Libras e os apresentamos para um grupo de 30 surdos avaliarem os quesitos: explicação, conteúdo, interpretação e cor de fundo. A avaliação do público surdo nos mostrou que é importante elaborar estratégias para facilitar a compreensão do que está sendo explicado, já que há variações linguísticas dentro da Libras e diferentes níveis de aquisição linguística. Duas das estratégias que utilizamos e foram bem aceitas pelos surdos para solucionar esta questão foi o uso de legendas e de imagens ilustrativas. Outra estratégia sugerida pelos surdos foi maior utilização da descrição imagética, recurso amplamente usado pelos surdos e que ajuda a criar uma imagem visual do que está sendo explicado. Verificamos também que as cores de fundo melhor aceitas foram a azul e a verde, e que as cores preta e branca devem ser disponibilizadas como opcional para atender pessoas com alguma deficiência visual. Concluímos que os vídeos guias atingiram o objetivo de transmitir a informação e teve boa aceitação pelo público surdo, sendo, portanto, adequada a sua implementação em centros de ciências itinerantes que contam com o trabalho voluntário.