Resumo: Este artigo aborda a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil como direito e como campo, com práticas e reflexões de matrizes político-pedagógicas distintas ou mesmo antagônicas. Tais reflexões inserem-se no debate sobre os fundamentos e modalidades da relação entre educação, trabalho e emancipação humana. Uma ideia força do texto é a convicção de que pessoas jovens e adultas são sujeitos de direitos e que a plena realização de um deles-o acesso e permanência na escola-depende do (re)conhecimento, por todos aqueles que estão envolvidos no campo, da natureza e do potencial da relação desses sujeitos com os mundos do trabalho. Neste estudo de natureza qualitativa, as autoras realizaram análise documental e retomaram dados de duas pesquisas qualitativas em Educação, que coletaram dados por meio de entrevistas individuais semiestruturadas, observação participante e registro em diário de campo. Argumentou-se sobre a centralidade da experiência singular e coletiva do aluno-trabalhador para mediar relações entre trabalho e educação aape epaa Trabalho, Educação e Emancipação Humana DOSSIE EJA II 2 no currículo da EJA. As autoras enfatizam o trabalho como lugar de produção, mobilização e (re)interpretação permanente de saberes e valores pelos trabalhadores. Estes, ao ingressarem em cursos de EJA, colocam em circulação no contexto escolar estes saberes e valores produzidos no mundo do trabalho, gerando tensionamentos que impelem a reaproximação entre saberes escolares e experiência de trabalho. As autoras ressaltam a pertinência de novos estudos sobre o Currículo Integrado e outras práticas curriculares que valorizem o trabalho enquanto experiência humana. Palavras-chave: EJA-Brasil-Trabalho-Educação-emancipação humana Work, Education and Human Emancipation Humana: Affirming Youth and Adult Education as a right Abstract: This article discusses the Education of Youth and Adults in Brazil as a right and as a field of studies and political intervention with practices and reflections of distinct or even antagonistic political-pedagogical bases. Such reflections are part of the debate on the fundamentals and forms of relationship between education, work and human emancipation. A key argument of the text is the conviction that young and adults are subjects of rights and the fulfillment of one of them-access and permanence in school-depends on the (re) cognition, by all those involved in the field, of the nature and the potential of the relationship of these subjects to the worlds of work. In this qualitative study, the authors conducted document analysis and data from two qualitative educational researches. The data was taken through semi-structured interviews, participant observation and field work notes. It was argued on the centrality of singular and collective experience of student-worker to mediate relations between work and education in the curriculum of youth and adult education. The authors emphasize the work as a place where workers make permanent production, mobilization and (re) interpretation of knowledge...