Na fé e cultura dos povos originários da América, os ritos funerários não só facilitam a viagem do finado até a região dos mortos como também os impedem de retornar ao mundo dos vivos. Na pandemia de coronavírus (COVID-19), indagamo-nos: Nas aldeias Pataxós, como os povos originários sepultaram os seus entes queridos, vítimas da COVID-19? Neste trabalho, objetivamos pesquisar o sentido dos ritos fúnebres do povo Pataxó. Partindo da historiobiografia — método terapêutico-educativo de redescoberta do sentido da vida por meio da compreensão da história pessoal, cunhando por Dulce Critelli —, entrevistaremos três membros, adultos, da aldeia de Coroa Vermelha, situada no Território de Identidade Costa do Descobrimento — estado da Bahia (Brasil). Delinearemos uma pesquisa qualitativa fundamentada na experiência pessoal dos participantes, nos documentos da Igreja e na obra “Sulla teologia della morte”, de Karl Rahner. Neste sentido, abordaremos a morte não como um mero fato social, mas como um fenômeno a ser compreendido ontologicamente.