“…O Brasil não se encontra entre os países latinoamericanos com maior número de imigrantes, mas possui grande parte da população de refugiados. Em 2018, conforme o Acnur, viviam cerca de 11.231 refugiados, grande parte composta de população masculina (72%) e uma pequena parcela pela população feminina (28%) (Acnur, 2019) e, embora a população feminina estatisticamente seja a menor, essa é a que possui maiores e complexas situações de vulnerabilidades, diferentes do gênero masculino, como a ilegalidade e clandestinidade levando a ausência dos direitos públicos, a segregação racial e as diversas discriminações, apresentando péssimos indicadores de saúde, maiores níveis de mortalidade materna, neonatal e infantil, recém nascidos com baixo peso, maiores incidências de abortos espontâneos e clandestinos, e também aumento da depressão pós parto, acarretando por fim baixo seguimento ginecológico e educação sexual (ONU, 2019;Silva, 2019). Research, Society andDevelopment, v. 9, n. 12, e44491211189, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i12.11189 Grande parte desses índices são guarnecidos pelos desafios da inclusão desta população, relacionados às dificuldades linguísticas, à cultura, extrema vulnerabilidade social, problemas que envolvem a xenofobia e intolerância social e cultural e também a dificuldade para acessar os serviços, o que requer do governo o fornecimento da inclusão, do acolhimento, através das suas políticas públicas de saúde, que afirmam os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS): a universalização, a equidade e a integralidade (Assis, Martins, Souza, Nicolao & Souza, 2017;Castro, Oliveira & Silva, 2015).…”