O fechamento das escolas e a substituição temporária do sistema presencial para o sistema de ensino remoto devido a pandemia COVID-19 expôs desafios e obstáculos a serem enfrentados na esfera educacional. A adequação para esta nova realidade escancarou a grande desigualdade em termos de recursos para a implementação do regime remoto. Com base na teoria decolonial, buscamos refletir de forma crítica em relação ao histórico de exclusão educacional dos alunos Surdos. Assim, analisou-se o material didático bilíngue produzido pela Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais e disponibilizado online na para atender os Surdos durante o período remoto. Como percurso metodológico foram investigadas as videoaulas da Plataforma “Se liga na Educação” para identificar e compreender o material voltado para os alunos Surdos, que utilizam a Libras como a primeira materna (L1). Concluímos com a análise das videoaulas, que o material em Libras pode ser considerado um avanço tanto legal quanto sociocultural no contexto da educação para estudantes surdos. Entretanto, ainda há muitas lacunas que impossibilitam um acesso equitativo aos conteúdos escolares dos alunos surdos. Observou-se que a falta de legendas nos vídeos pode criar algumas barreiras. Além disso, identificou-se uma lacuna relativa à ausência dos conteúdos programáticos definidos pela Base Nacional Comum Curricular, no caso limitando-se a alguns conteúdos da língua portuguesa e da disciplina de Libras.