Há uma diversidade de recursos tecnológicos que podem contribuir para as inovações metodológicas no ensino de Ciências, mas é interessante observar o quanto é difícil a adoção de novas ideias. Tal dificuldade está presente nos processos de difusão e incorporação de inovações, mesmo que elas apresentem vantagens em relação à ideia vigente. Neste estudo, deseja-se estabelecer um confronto com o que é considerado tradicional no ensino de Ciências. Para tanto, o objetivo é investigar como a organização e a arquitetura do ambiente escolar podem favorecer a atenção e a concentração dos alunos, em uma perspectiva crítica e significativa. O arcabouço teórico deste ensaio é interdisciplinar, baseando-se nos estudos de Foucault (1999a; 1999b; 1999c), Lévy (1993), Vygotski (1988), Kaplan (1995), dentre outros. A metodologia adotada ancora-se em um estudo bibliográfico de caráter exploratório. Metodologicamente, o ensaio foi dividido em quatro partes: na primeira, discute-se a inteligência coletiva (LÉVY, 1993) e a zona de desenvolvimento proximal (VYGOTSKI, 1988); na segunda, aborda-se a articulação entre ensino de Ciências e tecnologias digitais; na terceira, trata-se da arquitetura no processo de aprendizagem; e, na quarta, lançam-se duas propostas de ambientes de aprendizagem: a sala de aula articulada e o espaço de colaboração. Como ensaio, as contribuições deste estudo estão voltadas para a exploração e a discussão de temas recentes (ADORNO, 1994), trazendo, como mote, estudos que possam lançar contribuições teóricas possíveis de ulterior aplicação.