No Brasil, o veículo flex fuel protagonizou um alteração no papel das subsidiárias de sistemistas que não só desenvolveram a nova tecnologia, como se tornaram centros de excelência para aplicações envolvendo combustíveis alternativos. Muitas pesquisas estudaram os mecanismos que levam a constituição desses centros em países emergentes, com foco no papel da matriz ou nas condições dos países que hospedam a subsidiária. Este artigo se propôs a identificar a criação do conhecimento organizacional que habilitaram subsidiárias a se tornar centros de excelência. Para isso, foi adotada uma abordagem de múltiplos estudos de caso com as três empresas pioneiras no desenvolvimento da tecnologia flex fuel no Brasil: Bosch, Delphi e Magneti Marelli. A pesquisa constatou que o conhecimento organizacional foi construído a partir de duas fontes (interna e externa) com evidências nos modos de conversão do conhecimento propostos no modelo SECI: o conhecimento explícito, divulgado nos registros da companhia, relatórios de desenvolvimento, banco de dados, inputs do mercado e a relação com as matrizes e montadoras (externalização e combinação) e pelo conhecimento tácito com o estudo de soluções técnicas (internalização) e com a troca de experiências entre diferentes gerações de engenheiros (socialização).