1998
DOI: 10.1590/1415-47141998001003
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A fala e o pharmakon

Abstract: Por mais acostumados que os psicanalistas pareçam estar a se escutar predizer, há muito, o esgotamento de sua teoria e prática, eles não deveriam subestimar a amplitude do fenômeno de uma generalização crescente do uso dos psicotrópicos.Este fenômeno considerado "social" é, certamente, objeto de avaliações tanto epidemiológi-cas quanto sócio-econômicas muito sérias, mas não é seguro que tenhamos noção de toda a sua extensão -principalmente a extensão de suas implicações -já que se trata destas potentes molé-cu… Show more

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“…DA PALAVRA Fédida (1998) propõe-nos pensar os desdobramentos do tratamento psíquico pelo químico. Tentativamente elucidando, desta maneira, o (tratamento) psíquico pelo próprio psíquico.…”
Section: Psicanálise E Psicofarmacologia: O Efeito Fármacounclassified
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“…DA PALAVRA Fédida (1998) propõe-nos pensar os desdobramentos do tratamento psíquico pelo químico. Tentativamente elucidando, desta maneira, o (tratamento) psíquico pelo próprio psíquico.…”
Section: Psicanálise E Psicofarmacologia: O Efeito Fármacounclassified
“…Reiteramos, não nos referimos a situações em que o fármaco possa fazerse necessário, como nos conhecidos casos da necessidade de contenção, ou antagonista para depressões severas, entre outros. Porém, apontamos para uma parcela deste psíquico, da própria doença conforme postulado por Fédida (1998), que estaria necessariamente junto da própria saúde, em seus processos subjetivos de cada um, qualquer que a hipótese e causa, frequentemente delegada/renegada pelo indivíduo, em prol de uma explicação pífia que sustentaria sua dor.…”
Section: Considerações Finais: a Mente Em Sua Porção Não-medicável -P...unclassified
“…O saber médico, assim como o psicológico, são chamados para esclarecerem os fenômenos de época que vão contra os ideais estabelecidos, como se a ciência portasse em si a verdade sobre o normal e o patológico. Como consequência temse o anulamento da própria ideia de uma psicopatologia, uma vez que os avanços das práticas tecnológicas permitem o surgimento de uma neurofarmacologia que se torna cada vez mais científica ao emancipar-se de todo e qualquer conhecimento do disfuncionamento psicopatológico dos sujeitos, sem que se considere a existência da culpa ou até mesmo do conflito inconsciente, próprios da neurose (FÈDIDA, 1998).…”
Section: A Patologização Do Sofrimento Humanounclassified
“…Com isso, podemos afirmar que essas práticas são produtos de um momento histórico em que a clínica médica vem sendo aos poucos substituída por mecanismos que produzem uma nova educação coletiva sobre as representações da saúde tanto física, quanto mental (FÈDIDA, 1998). Esse cenário culmina na impossibilidade das pessoas suportarem as frustrações normais da vida, transformando, assim, o sofrimento psíquico em doença mental, para a qual existe um medicamento apropriado, capaz de calar nosso desamparo que, no entanto, é essencial à nossa própria condição humana (CECCARELLI, 2010).…”
Section: A Patologização Do Sofrimento Humanounclassified