“…No contexto de diversas pesquisas (Lima et al, 2019;Nechyba & Walsh, 2004;Netto & Krafta, 2009;Newman & Kenworthy, 2000), há uma clara proposta de reflexão sobre os impactos que as propriedades morfológicas -ou formais do espaço urbano -exercem na qualidade do espaço urbano, com destaque para os problemas advindos das ações propostas pelo atual modelo de produção urbana no Brasil, que estimula o mal funcionamento das cidades e constitui um risco aos principais aspectos da urbanidade. Neste sentido, Netto & Krafta (2009) apontam que o padrão de crescimento urbano no Brasil, país como um processo de industrialização tardio, ocorre principalmente de duas maneiras distintas: (i) por meio do adensamento de áreas interurbanas, promovendo um processo de verticalização possivelmente excessivo; (ii) por meio da dispersão periférica, aumentando os limites da malha urbana. Ambos modelos, analisados a luz do arcabouço teórico que fundamenta esta pesquisa, podem ser considerados problemáticos e, de acordo com os apontamentos de um extenso rol de autores, têm contribuído para o aumento significativo no custo da gestão e da manutenção das infraestruturas urbanas, impactando no consumo de recursos naturais e influenciando na dinâmica das cidades, já que impõem dificuldades a mobilidade pedonal e aumentam a dependência das pessoas por meios de transportes convencionais (Farr, 2013;Gehl, 2013;Netto & Krafta, 2009;Rogers, 2001).…”