A obesidade é uma temática recorrente nas reuniões e conferências de saúde, em virtude da ampla gama de alterações metabólicas e orgânicas proporcionadas por essa doença crônica não transmissível. As preocupações vão além do padrão estético e cultural, mas abrangem todas as repercussões cardiovasculares e endócrinas produzidos como resposta a inflamação crônica gerada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo. O tecido adiposo atua no organismo como um órgão endócrino através da liberação de adipocina, mediadores inflamatórios e citocinas, que atuam de forma ativa no processo inflamatório crônico, na disfunção endotelial e na resistência à insulina. A obesidade associada a resistência à insulina promove baixa de liberação de omentina, responsável por produzir vasodilação, auxiliar na regulação dos níveis séricos de insulina e promove inibição da resposta inflamatória vascular. Dessa forma, o organismo fica predisposto a intensa e constante lesão vascular, e ao desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2. As disfunções vasculares associadas ao excesso de lipoproteínas séricas predispõem a formação de placas de ateroma, responsáveis pela estenose e isquemia tecidual. Essas placas podem liberar fragmentos ou formar superfícies reativas formadoras de trombos, associados diretamente as doenças coronarianas, ao infarto agudo do miocárdio e acidentes vasculares encefálicos. Consequência a essa cascata de danos cardiovasculares os indivíduos ficam susceptíveis ao desenvolvimento de doenças incapacitante e altos índices de mortalidade. Sendo essa uma preocupação de saúde pública.