Este artigo, recorte de nossa pesquisa de mestrado, analisa memoriais de formação escritos por professoras em formação inicial, alunas do Curso de Letras da Universidade Federal do Ceará (UFC), acerca de suas as práticas de leitura. O embasamento teórico que nos fundamenta parte das concepções dos pesquisadores que estudam a História de Vida e Formação, como Josso (2010) e Passeggi (2010), bem como de contribuições dos estudos que tematizam a leitura, a exemplo de Jouve (2002), Martins (1997) e Petit (2013). Metodologicamente, valemo-nos da perspectiva História de Vida e Formação elaborada por Josso (2010). À luz dessa abordagem, procedemos uma análise qualitativa do corpus, constituído por cinco memoriais de formação leitora escritos por alunas do Curso de Letras da referida universidade, em oficinas realizadas na disciplina Biografismos: Pesquisa e Formação, no semestre 2018.1. A partir de uma análise hermenêutica dos memoriais, foram identificadas as seguintes semelhanças: práticas de leitura na infância, práticas de leitura na adolescência, práticas de leitura no curso de graduação, ser aluno da escola pública, acesso aos livros e a mãe como incentivadora da leitura. A leitura e a interpretação das narrativas nos permitiram chegar aos seguintes resultados: a leitura apresenta dimensões significativas de valores afetivos, reparadores e transformadores que são peculiares à trajetória de vida de cada sujeito. Concluímos que a leitura pode permear e fortalecer as relações afetivas, proporcionar um efeito reparador em momentos de dor e sofrimentos psíquicos ou físicos, além de ser capaz de transformar toda uma história de vida.